COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY

Setor produtivo goiano adota cautela, mas vê ‘esperança’ em diálogo entre Lula e Trump

Apesar de ainda não haver um desfecho sobre o fim da supertaxa imposta pelos Estados…

Trump ao lado de Lula: encontro levou otimismo ao setor produtivo em Goiás (Foto: Ricardo Stuckert)

Apesar de ainda não haver um desfecho sobre o fim da supertaxa imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano Donald Trump animou o setor produtivo goiano. Líderes empresariais avaliam que a retomada do diálogo representa um passo importante para restabelecer o equilíbrio nas relações comerciais entre os dois países, mesmo que o cenário ainda exija cautela.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, destacou que apesar da ausência de anúncios oficiais, o encontro teve sua relevância. “Tem havido muita especulação, mas oficialmente não há manifestação nem do governo americano, nem do brasileiro. Eles apenas confirmaram que começaram as negociações. De qualquer maneira, é muito positivo. Há mais de três meses tivemos essa sobretaxa, e um quadro que parecia sombrio agora começa a nos dar esperança”, afirmou à coluna.

Rocha ressaltou a importância da diplomacia brasileira na condução das tratativas e defendeu que o país avance na celebração de novos acordos comerciais. “Esperamos que a diplomacia brasileira, reconhecida pela sua competência, atue com discrição e equilíbrio, porque é um assunto importante. Tanto a possível redução da taxa quanto a chance de um novo acordo com os Estados Unidos são fundamentais. O Brasil precisa fazer parcerias com todos os países para facilitar exportações, importações e atrair tecnologia”, disse.

Para a presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO), Sucena Hummel, a sinalização de entendimento entre os dois governos já é um avanço. “Café e carne são alguns dos itens que mais tiveram aumento de preço no varejo dos EUA”, salientou.

“A redução da tarifa pode ajudar a baratear o preço dos produtos para os consumidores americanos, especialmente da carne moída usada nos hambúrgueres, uma das comidas mais consumidas no país. Ganha todo mundo. Claro, tudo ainda está no campo da especulação, mas já é um grande avanço ter esse diálogo iniciado”, afirmou.

As negociações ocorrem após o encontro entre Lula e Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, à margem da cúpula da ASEAN. Washington mantém tarifas de 50% sobre produtos brasileiros desde julho, e o presidente brasileiro afirmou acreditar que um acordo poderá ser firmado “nos próximos dias”.