Operação Volante Ativa

Sexto participante de explosão a banco em Silvânia morre após confronto com a polícia

Mais um envolvido na explosão da agência da Caixa Econômica Federal em Silvânia morreu após…

Mais um envolvido na explosão da agência da Caixa Econômica Federal em Silvânia morreu após confronto com a Polícia Militar (PM) na noite de quarta-feira (10), na zona rural do município. Daniel da Gama Bittencourt, de 33 anos, teria sido o principal mentor da ação que assustou a população e deixou morto um morador da cidade.

Segundo o coronel Henrikson de Souza, comandante do Comando de Operação da Divisa (COD), agentes receberam informações de que um possível integrante do grupo estaria rondando a região. “Moradores desconfiaram, pois Daniel estaria pedindo mantimentos e até roupas para as casas nas redondezas. Ele inventou uma história, dizendo que não era da cidade e que teria vindo para uma festa com os amigos na região e teria ingerido muita bebida alcoólica e não lembrava de nada, nem aonde estava”, destaca.

De acordo com o coronel, o criminoso estaria escondido em um paiol da região. Avistado pelos agentes quando caminhava nas proximidades de uma mata, o suspeito recebeu ordem de parada, mas tentou fugir. Nesse momento, Daniel atirou contra os policiais, que revidaram e o alvejaram. Ele morreu na hora.

Segundo o coronel, Daniel era natural de Marabá (PA) e já possuía diversas passagens pela polícia, como por roubo de veículos no seu estado natal. Ele era considerado um dos principais mentores da ação que aterrorizou Silvânia. “Ele chegou na cidade há cerca de quatro a seis dias antes do crime e verificou a movimentação da agência, dos policiais e da cidade em geral. Ele tirava fotos e chegou a ficar hospedado em três hotéis no município”, conta Henrikson.

O coronel acredita que Daniel seja o último envolvido da organização criminosa. Não há indícios de que Daniel tenha utilizado documentos falsos quando se registrou nos hotéis. O suspeito estava com um alvará de soltura que havia sido prescrito no último dia 18 de dezembro.

O caso

No último sábado (6), os criminosos chegaram no banco em um Toyota Corolla e uma Caminhonete WV Amarok. Para a ação, o grupo fez como reféns clientes de um bar na proximidade, que foram levados até a agência, onde os bandidos conseguiram explodir os caixas eletrônicos.

Após a explosão, os bandidos empreenderam fuga com um dos reféns, mas foram perseguidos por agentes do COD e da 47° CIPM. Os ladrões ainda entraram em confronto com policiais, oportunidade em que houve intensa troca de tiros.

Na tentativa de fugir dos policiais, os bandidos jogaram pregos, conhecidos como “miguelitos”, na estrada para furar os pneus das viaturas, mas o plano não deu certo. Os bandidos acabaram cercados no trevo da cidade. Um dos carros usados por eles foi abandonado às margens da GO-010. Os ocupantes fugiram para dentro de uma mata e passaram a ser procurados pela polícia. O refém foi resgatado com vida.

Marcos Antônio de Souza, de 21 anos, não teve a mesma sorte. O morador da cidade foi morto pelos criminosos após não obedecer a abordagem do grupo. O carro em que estava, um GM Classic, passava pelo local e foi alvejado pelos bandidos. Marcos foi atingido, perdeu o controle do veículo e colidiu contra uma árvore. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu o rapaz, que foi encaminhado para o Pronto Socorro do Hospital Nosso Senhor do Bonfim. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde.

Por meio da Operação Volante Ativa, os agentes conseguiram desmantelar a organização criminosa. No mesmo dia do crime, Thiago Rodrigo de Siqueira foi morto logo após o assalto ao banco. Já Rafael Mateus de Oliveira e Ivânio Gonçalves foram mortos após entrarem em confronto com a Polícia Militar no Residencial Paraíso, em Senador Canedo. No domingo (7), Luís Carlos Alves Pereira Neto também foi morto após troca de tiros com agentes.

Na noite da última segunda-feira (8), na zona rural daquele município, Pedro Junio Pereira de Azevedo, considerado pela Polícia Militar (PM) um criminoso de alta periculosidade, foi preso pelos policiais. Ele portava uma pistola 9 mm e uma espingarda calibre 12. O suspeito, que possui diversas passagens pela polícia, foi detido por meio da Operação Volante Ativa, que teve apoio da Polícia Civil (PC).

Produtos apreendidos com os participantes da organização criminosa (Foto: Divulgação)

Cidade Livre

Por motivos semelhantes a da ação em Silvânia, os policiais desconfiam que a organização seja a mesma que destruiu a agência do Banco do Brasil de Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia, no último dia 22 de dezembro. Na ocasião, o grupo destruiu a agência e fez uma van, que continha vários trabalhadores de um atacadista e uma equipe de limpeza urbana reféns. O motorista da van teve a perna amputada após levar um tiro de fuzil no membro, disparado por um dos criminosos.