HABEAS CORPUS

STJ reduz pena de condenado por homicídio em Goiás recapturado após 20 anos foragido

Polícia Civil de Goiás utilizou recursos tecnológicos baseados em inteligência artificial para atualizar a aparência do réu

STJ reduz pena de condenado por homicídio em Goiás recapturado após 20 anos foragido
STJ reduz pena de condenado por homicídio em Goiás recapturado após 20 anos foragido (Foto: Reprodução - Polícia Civil)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena de Ricardo Galvão Veloso, condenado a 16 anos de reclusão por homicídio qualificado ocorrido em Santo Antônio da Barra, no interior de Goiás, para 13 anos, 8 meses e 17 dias de reclusão. A decisão monocrática é do ministro relator Antônio Saldanha Palheiro, no último dia 28 de abril. O réu, que cometeu o crime em outubro de 2001, chegou a ficar 20 anos foragido, mas foi recapturado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), recentemente.

Este entendimento ocorreu após habeas corpus impetrado pelo Escritório Mirelle Gonsalez Sociedade de Advogados. Conforme a defesa, a pena original, com base no julgamento do tribunal do júri, estava além do justificado e não considerava os princípios da proporcionalidade e individualização da pena. “Não estamos modificando a decisão dos jurados e nem contestando a condenação, apenas questionando a quantidade de pena aplicada”, informou a advogada Mirelle ao Mais Goiás. Sobre o caso, já houve em trânsito em julgado.

Apesar de entender que o habeas corpus não seria a via correta de recurso, o magistrado informou que “qualquer autoridade judicial, no âmbito de sua competência jurisdicional e quando verificada a presença de flagrante ilegalidade” pode expedir “habeas corpus de ofício em vista de lesão ou ameaça de lesão à liberdade de locomoção”. “Ante o exposto, não conheço do presente habeas corpus. Contudo, concedo a ordem de ofício, para reduzir a pena do paciente a 13 anos, 8 meses e 17 dias de reclusão”, decidiu.

Segundo Mirelle, somando o tempo de prisão provisória, antes do homem ficar foragido, mais o cumprimento da pena atual, ele deve conseguir a progressão da pena em fevereiro do próximo ano. A decisão monocrática ainda é passível de recurso.

Recaptura

Sobre a recaptura do réu, que ficou foragido por cerca de 20 anos, a Polícia Civil de Goiás utilizou recursos tecnológicos baseados em inteligência artificial para atualizar a aparência de Ricardo e encontrá-lo em Sergipe, em outubro passado. Perícia confirmou a identidade do condenado.

Nota completa da defesa:

A defesa de Ricardo Galvão manifesta que a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça é escorreita e segue os ditames legais em especial, os parâmetros estabelecidos no artigo 59 do Código Penal, bem como, os princípios da proporcionalidade e individualização da pena.

Informa ainda, que em que pese a repercussão do caso, a defesa através de seu trabalho não ataca a decisão proferida pelo Tribunal do Júri da Comarca de Rio Verde – GO, apenas, almeja aplicação de pena adequada e proporcional ao caso concreto.”

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