Lei Magnitsky

Traficante goiano é incluído em lista de sanções dos EUA que também cita Moraes

Leonardo Dias Mendonça é conhecido como “barão do tráfico”

Traficante goiano é incluído em lista de sanções dos EUA que também cita Moraes Leonardo Dias Mendonça é conhecido como “barão do tráfico”
Foto: TV Anhanguera

Além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a mais recente lista de sanções dos Estados Unidos também inclui o traficante goiano Leonardo Dias Mendonça, conhecido como “barão do tráfico”. A medida internacional impõe bloqueio de bens e contas bancárias nos EUA, além de proibir a entrada dos sancionados no país.

A chamada lista de nacionais designados e bloqueados (SDN) tem mais de 3 mil páginas e reúne nomes de pessoas, empresas e organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), listado por envolvimento com o tráfico de drogas. É nessa mesma relação que aparece Alexandre de Moraes, por causa da Lei Magnitsky, e o traficante goiano, classificado por narcotráfico internacional.

O que é a Lei Magnitsky?

Criada em 2012, ainda durante o governo de Barack Obama, a Lei Magnitsky permite aos EUA sancionar estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações graves dos direitos humanos. A legislação surgiu após a morte do advogado russo Sergei Magnitsky, que denunciou um esquema de corrupção e morreu na prisão, em Moscou, em 2009.

Ampliada em 2016, a lei passou a permitir sanções contra qualquer autoridade ou pessoa estrangeira suspeita de abusos ou corrupção. No caso de Moraes, ele é alvo da legislação sob acusação de violar direitos humanos, segundo alegações dos parlamentares norte-americanos responsáveis pela medida.

As sanções da Lei Magnitsky incluem o congelamento de bens, contas e ativos em território norte-americano, além da proibição de qualquer transação econômica com empresas ou cidadãos dos EUA. Ou seja, Moraes não pode ter conta, fazer negócios ou usar cartões com bandeiras dos EUA.

Quem é o traficante goiano citado pelos EUA?

Leonardo Dias Mendonça ficou conhecido nacionalmente por intermediar a venda de cocaína das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para o criminoso Fernandinho Beira-Mar. Entre 2000 e 2018, mesmo preso, ele conseguiu comandar operações de tráfico de dentro da cadeia, segundo investigações da Polícia Federal.

Após ganhar liberdade, o traficante goiano voltou a ser alvo da Justiça. Em 2019, foi investigado por liderar uma nova organização criminosa que transportava carregamentos de 476 kg de cocaína em cidades como São Miguel do Araguaia, Mundo Novo e Gouvelândia, todas em Goiás.

Naquele ano, a defesa de Leonardo tentou um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o pedido foi negado pelo então ministro Nefi Cordeiro. Atualmente, o processo corre sob sigilo judicial.

Baleado dentro da penitenciária

Mesmo sendo considerado um dos maiores traficantes do país, Leonardo Mendonça não escapou da violência dentro do sistema penitenciário. Em março de 2009, ele foi baleado dentro do Presídio Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, onde cumpria pena.

De acordo com a versão oficial, um detento que realizava a limpeza conseguiu pegar uma arma no alojamento dos agentes penitenciários, rendeu dois servidores e atirou quatro vezes contra Leonardo, alegando uma rixa antiga. Um outro preso, que dividia cela com o goiano, foi atingido de raspão. Leonardo passou por cirurgia e sobreviveu.