Traições, mentiras e flagrantes: a rotina de trabalho de um investigador particular
"Nossa profissão não tem rotina. Cada dia estamos em um lugar diferente, com disfarce diferente, investigando uma pessoa in loco ou atrás de uma tela de computador"

Em Goiânia e região, um homem se dedica à investigação particular em busca de traições, mentiras e qualquer descoberta que interessar a quem pagar. Jullian Tavares Cardoso, de 35 anos, é detetive particular da Prime Investigações e, com valores a partir de R$ 4,5 mil, você pode contratar os serviços dele.
Ao Mais Goiás, ele revela que atua presencialmente em Goiânia e região, mas com a estrutura certa, a investigação pode se estender para qualquer parte do País. “Já atuei em mais de sete estados brasileiros. A profissão está engatinhando e faltam profissionais qualificados, por isso grandes empresários preferem pagar o deslocamento de nossa equipe”, diz ao revelar que seus principais clientes são de indicação de outros consumidores satisfeitos com o serviço. “Nossa profissão não tem rotina. Cada dia estamos em um lugar diferente, com disfarce diferente, investigando uma pessoa in loco ou atrás de uma tela de computador, levantando informações do investigado.”
Questionado sobre casos curiosos, ele cita um em que a mãe queria saber se a filha estava se relacionando com o padrasto. “No caso, o marido atual da mãe.” Em outro, uma empresária com casamento marcado com um suposto médico, já pensando em adoção, descobriu que o homem era casado e não tinha diploma de medicina. “Ainda em outro caso, uma esposa pediu para investigar o marido e descobrimos que ele tinha um caso com um personal, em uma academia.”
Sobre a taxa de sucesso, Jullian diz que consegue resolver 90% dos casos que assume. “Isso, é claro, com método e estratégia. Casos mal resolvidos geralmente envolvem falta de cooperação do cliente ou informações distorcidas desde o início. Mas quando há clareza, a verdade sempre encontra caminho.”
Atuação
Jullian revela que começou a atuar na pandemia. À época, um amigo, que foi policial civil por mais de 15 anos o convidou para conversar e ofereceu o trabalho. “Fiz cursos de capacitação com certificado reconhecido pelo MEC e, nesses cursos, aprendi todas as técnicas de investigação e ferramentas importantes para poder trabalhar e gerar um resultado positivo para os meus clientes.”
Hoje, ele consegue atender até quatro clientes por mês, a depender da dificuldade do caso. “Um caso mais simples, como verificação de rotina sobre possíveis traições, pode ser resolvido em até sete dias. Já os mais longos, como localização de pessoas desaparecidas, podem levar de 30 a 90 dias. O mais rápido durou apenas 48 horas. O mais longo? Uma investigação que se estendeu por cinco meses, envolvendo espionagem corporativa.”
Quando pedimos que ele defina a profissão, ele afirma ser muito prazerosa e fundamental em muitas ocasiões, pois mexe com o sentimentos de pessoas. Em alguns casos, ele afirma que até pode salvar. “Sempre recomendo buscar uma empresa séria e que as pessoas tomem muito cuidado com falsos profissionais. Existem muitos golpistas no mercado.”
“A maioria de nossos clientes são de classe média-alta. Dependendo do serviço, temos que ultizar mais de um detetive e em alguns casos já utilizei drones. Nosso orçamento é feito por meio de uma análise e chegamos a melhor estrategia para atender o cliente. Não é um serviço facil. Costumo falar que não é igual nos filmes. Já passamos por muitas situações, mas isso fica pra otura hora…”, finaliza.