DESPEDIDA

Trajetória de Iris se confunde com a história de Goiânia e de Goiás

A trajetória política de Iris Rezende (MDB) se confunde com a história dos últimos 50…

Iris Rezende
Trajetória de Iris Rezende se confunde com a história de Goiânia e de Goiás (Foto: Jucimar Sousa - Mais Goiás)

A trajetória política de Iris Rezende (MDB) se confunde com a história dos últimos 50 anos de Goiânia e de Goiás. Eleito vereador na capital goiana ainda em 1958, o emedebista ascendeu até se tornar prefeito da capital por quatro vezes, bem como governador por outras duas. Também foi senador, além ministro de Estado em duas oportunidades. Iris continuou ativo até se aposentar, em 2020, relegando marcas profundas na maneira de se fazer política no Estado.

Grande parte deste legado está ligado aos mutirões, marca que forjou quando foi prefeito de Goiânia pela primeira vez em 1965, aos 32 anos. Com falta de recursos para programas mais abrangentes de moradias populares, Iris buscou na zona rural a maneira de se construir casas e benefícios urbanos de forma coletiva, com doações de material e trabalho em conjunto.

Cassado pela ditadura militar em 1969, Iris retornou à política institucional em 1979 com a anistia política concedida pelo governo militar. Foi eleito governador pela primeira vez em 1983 e governou até 1986. Como chefe do Executivo, manteve a política de mutirão, com programas de assentamentos urbanos e rurais em pelo menos 69 municípios goianos.

Em 1986, foi convidado pelo presidente José Sarney para ser ministro da Agricultura, cargo em que ficou até 1990. No ano seguinte volta como candidato a governador de Goiás para se contrapor a Henrique Santillo, antigo aliado. Naquele momento, o agronegócio despontava no Estado com modernização da agricultura e abertura de novas fronteiras agrícolas sobretudo em áreas de Cerrado.

Em 1994, Iris foi eleito senador e apoiou a candidatura do seu vice, Maguito Vilela, a governador. Após três anos de mandato, aceitou convite do então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e virou ministro da Justiça. Ficou na pasta entre maio de 1997 e abril de 1998). O ex-prefeito desincompatilizou-se do ministério para enfrentar a eleição em que sofreria a maior derrota da sua carreira política.

Iris perde eleição para Marconi

Em 98, Iris apresentou-se como franco favorito para renovar o ciclo de poder do PMDB, que havia começado com ele próprio em 1983. O sentimento foi de surpresa quando Maguito disse que não seria candidato à reeleição para apoiar Iris (que largou com mais de 70% das intenções de voto). Contra ele havia um pequeno grupo de políticos do PP e do PSDB – alguns oriundos do santillismo. Um deles era Marconi Perillo (PSDB).

Marconi conduziu uma campanha com o discurso pautado na renovação e no combate ao que ele chamava de panelinha. Iris perdeu a dianteira nos últimos dias do primeiro turno e a derrota se consolidou no segundo. Essa derrota passou a conduzir a nova trajetória política de Iris Rezende.

Iris então saiu candidato ao Senado, mas foi derrotado novamente por Lúcia Vânia (PSDB) e Demóstenes Torres (PFL).

Iris volta a ser prefeito

Assim, disputou a prefeitura de Goiânia e acabou vencendo Pedro Wilson (PT). Foi reeleito, mas renunciou para tentar vencer Marconi Perillo na disputa pelo governo do Estado. Perdeu novamente. E desde então fez questão de frizar que foi o seu maior erro político: ter deixado o mandato em Goiânia para disputar o governo estadual naquele ano.

Iris se candidatou novamente à prefeitura de Goiânia em 2016 e acabou vencendo novamente. Em 2020, anuncia sua aposentadoria.