Três goianos estão entre os mortos em incêndio de clínica de reabilitação do DF; donos são presos

Três goianos estão entre as cinco vítimas fatais do incêndio que atingiu uma clínica de reabilitação clandestina em Paranoá, no Distrito Federal, na madrugada do dia 31 de agosto. A tragédia também deixou ao menos dez pessoas feridas e expôs as condições precárias em que os internos viviam. Alguns estavam trancados em quartos com grades, sem chance de escapar quando o fogo se espalhou pelo imóvel. Quatro pessoas responsáveis pela administração da clínica, incluindo os donos, foram presas por homicídio doloso e outros crimes.

As vítimas de Goiás foram identificadas como Darley Fernandes de Carvalho, de 26 anos, morador de Formosa, Lindemberg Nunes Pinho, de 44 anos, e Daniel Antunes Miranda, de 28, ambos de Planaltina de Goiás. José Augusto e João Pedro Santos, naturais do Distrito Federal, também morreram devido ao incêndio.

De acordo com o Corpo de Bombeiros do DF, o incêndio começou por volta das 3h da manhã em um dos quartos da clínica, chamada Comunidade Terapêutica Liberte-se, localizada no Boqueirão, área rural do Paranoá. As chamas se alastraram rapidamente e tomaram conta do local.

Quando as equipes chegaram, já havia fumaça densa e o telhado estava em chamas. Dez viaturas participaram da operação. Os corpos foram encontrados dentro de quartos durante o rescaldo, quando os bombeiros eliminaram os últimos focos do fogo.

Vizinhos e internos de outra unidade tentaram ajudar, mas não conseguiram abrir as portas a tempo.
Daniel Gonçalves, de 24 anos, que também vive na clínica, contou que escutou gritos por socorro, mas não tinha como tirar os homens de dentro do imóvel. “Tentamos achar as chaves, mas a fumaça tomou conta e o fogo se espalhou rápido demais.”

Donos e funcionários presos por homicídio

A Polícia Civil prendeu preventivamente quatro responsáveis pela administração e gerenciamento da clínica, sendo o casal proprietário, um coordenador e um monitor. Eles foram autuados e detidos pelos crimes de homicídio doloso qualificado, cárcere privado e prescrição ilegal de medicamentos.

A origem do incêndio ainda está sob investigação.

A Administração Regional do Paranoá informou que a clínica tinha só uma licença provisória, concedida três dias antes do incêndio. O local não tinha alvará de funcionamento e foi interditado pela Defesa Civil após o incêndio.

O Instituto Terapêutico Liberte-se divulgou nota afirmando que está em contato com as autoridades e que colabora com a apuração dos fatos.