SEM DORES

UFG cria sensor descartável para medir glicose através de lágrimas; saiba mais

Cada material custa em torno de dez centavos

Pessoas com diabetes precisam, cotidianamente, tirar uma pequena quantidade de sangue para saber como está o nível da sua glicemia. Com intuito de diminuir o desconforto, gerar praticidade e acessibilidade, a Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu um sensor descartável de medição de glicose por meio de lágrimas. A notícia da inovação foi publicada nesta terça-feira (7) pela instituição.

Para usar o chamado biossensor colorimétrico, basta encostar o sensor de papel descartável no olho do paciente – assim, ele saberá como está o nível de glicose no seu organismo.

Rumo ao SUS

A UFG informou que o material, que foi desenvolvido pela pesquisadora Ellen Flávia Moreira Gabriel ao longo de sua pesquisa de doutorado. Agora é a tecnologia é patenteada pela universidade, que tem objetivo de levar a novidade ao sistema público de saúde.

“Cada sensor custa em torno de dez centavos. Então, acreditamos que pode ser um grande benefício para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que tanto o aparelho de medição da glicemia quanto as tiras descartáveis hoje disponíveis no mercado geram um custo alto de investimento”, revela a pesquisadora.

Mais conforto

Para além do preço acessível, a cientista aposta no sucesso da ferramenta em razão do conforto proporcionado ao paciente. “A maior dificuldade do paciente é ter que furar o dedo várias vezes ao dia para fazer o monitoramento. E, com a pesquisa, identificamos a correlação direta entre a glicose do sangue com a glicose da lágrima”, afirma. 

Ela disse também que o sensor de papel colorimétrico “funciona basicamente como os sensores de gravidez portátil, e, no caso, pode dar uma resposta positiva ou negativa, mas também quantitativa”.

Outra patente

Além do sensor para detecção de glicose, a pesquisa de Ellen Flávia Moreira conquistou outro produto patenteado pela UFG: o injetor hidrodinâmico alternativo, que é um instrumento voltado para a área de eletroforese (uma técnica utilizada para a separação analítica dos constituintes de amostras como de lágrimas, sangue, água e alimentos, entre outros).

“Com o uso do injetor hidrodinâmico, acoplado ao sistema de eletroforese, a gente consegue uma melhor separação dos constituintes, o que melhora a resposta da técnica empregada e essa melhor resposta, aumenta a confiabilidade dos resultados”, finaliza Ellen.