DESMONTE

UFG diz que não conseguirá pagar empresas por falta de repasse e bloqueios do Governo Federal

A Universidade, que está com R$ 2,4 milhões bloqueados e pode ter as atividades comprometidas

A Universidade Federal de Goiás (UFG) disse que não conseguirá pagar empresas por falta de repasse e bloqueios do Governo Federal. (Foto: divulgação)
Universidade Federal de Goiás (UFG) (Foto: divulgação)

A Universidade Federal de Goiás (UFG) é uma das instituições de ensino públicas que vêm sofrendo com o bloqueio de verbas e falta de repasse do Governo Federal. A Universidade, que está com R$ 2,4 milhões bloqueados, afirma que não conseguirá pagar as empresas prestadoras de serviço, pois não haverá repasse do mês de dezembro, o que pode comprometer o funcionamento das atividades.

Ao Mais Goiás, o pró-reitor de Administração e Finanças, Robson Maia Geraldine, disse que a UFG já estava com dificuldades após o corte de R$ 7,5 milhões realizado no mês de junho. A situação foi agravada em outubro, com novo bloqueio de R$ 5,8 mi, quando a Universidade teve o caixa zerado.

Segundo o professor, à época, foi bloqueado o pouco que a instituição havia reservado para os compromissos mais importantes, incluindo manutenção do funcionamento do restaurante universitário, viagens para aulas práticas, materiais e alguns equipamentos.

UFG enfrenta dificuldades pela falta de repasse e bloqueios do Governo Federal

Atualmente, a UFG possui R$ 2,4 milhões bloqueados, sendo um terço referente à Assistência Estudantil (Restaurante Universitário). Além disso, o pró-reitor explica que o Ministério da Educação (MEC) anunciou que a Universidade não receberá o financeiro no mês de dezembro, mesmo para os compromissos cujo empenho já estava executado.

“Não teremos como efetuar pagamentos este ano. Temos explicado a situação às empresas, solicitando que compreendam nossa dificuldade e não interrompam o pagamento de seus funcionários”, disse por meio de nota.

De acordo com Robson Maia, há preocupação também com a notícia de que o MEC não terá como pagar em dezembro os médicos residente de hospitais federais e os bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

“Estamos de mãos atadas, estarrecidos, aguardando alguma decisão por parte do Ministério da Economia que reverta, o quanto antes, esta absurda situação”.

O que diz o Governo Federal

Em nota enviada ao Mais Goiás, o Ministério da Economia disse que a execução orçamentária e financeira tem sido desafiadora neste fim de ano. Segundo o texto, bloqueios tiveram de ser realizados em diversos ministérios e órgãos para o cumprimento do teto de gastos, que é uma determinação constitucional.

Ainda conforme o ME, a portaria SETO/ME nº 10.395, publicada na terça (6), viabilizou aumento em R$ 300 milhões dos limites de pagamentos de despesas discricionárias do Ministério da Educação, mediante redução nos cronogramas de pagamento de despesas obrigatórias desse ministério. Agora, compete ao MEC alocar esses recursos entre seus órgãos, conforme suas prioridades.

A reportagem procurou o Ministério da Educação, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para manifestação.