Valentina e Heloá: siamesas separadas em Goiânia há três anos brincam, dançam e estudam
"Elas amam dançar e são fãs do Luan Pereira", escreveu a mãe em legenda de vídeo compartilhado no Instagram
As gêmeas siamesas Valentina e Heloá, que foram separadas em Goiânia há cerca de 3 anos, seguem uma rotina normal para crianças de 6 anos. As meninas, que vivem em Morrinhos, brincam, dançam e estudam. A mãe, Waldirene do Prado, compartilhou um vídeo das pequenas na última segunda-feira (22) ao som de Luan Pereira.
“Elas amam dançar e são fãs do Luan Pereira”, escreveu na legenda. A publicação tem mais de 100 comentários repletos dos melhores desejos para as meninas. “Vocês merecem toda felicidade do mundo”, “lindas, saudáveis e felizes”, “como é maravilhoso vê-las assim, tão bem” são algumas das publicações.
Em outra publicação, há aproximadamente uma semana, a mãe compartilhou uma conquista das meninas: a formatura do Jardim II. “Minhas princesas lindas. Gratidão a Deus”, escreveu.
As meninas passaram pelo procedimento em 11 de janeiro de 2023, no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia, e tiveram alta 51 dias após a cirurgia. À época, o processo terminou à meia-noite do dia 12 de janeiro e durou cerca de 15 horas.
Realizado pela equipe do cirurgião pediátrico Zacharias Calil, o procedimento envolveu ainda outros especialistas da ortopedia, cirurgia plástica e urologia. Ao todo, 50 profissionais participaram do caso.
As gêmeas estavam ligadas pelo abdômen e bacia e compartilhavam fígado, intestino grosso, bacia e genitália.
Dias depois da cirurgia, Valentina chegou a apresentar crises convulsivas e ficou em estado grave. Em contrapartida, a irmã Heloá teve uma recuperação relativamente mais tranquila e rápida. Hoje, as duas estão saudáveis e felizes.
Tristeza
Na quarta-feira (24), contudo, houve uma notícia triste de outro caso de separação. Aruna, a gêmea siamesa que havia sobrevivido após procedimento em Goiânia, realizado em 10 de maio de 2025, faleceu com pouco mais de dois anos. A informação foi divulgada pelo médico Zacharias Calil, responsável por liderar o procedimento. “Hoje nos despedimos da pequena Aruna com o coração apertado e em oração”, disse nas redes sociais.
“Hoje, Deus resolveu aliviar o sofrimento da Aruna e a levou para perto de sua irmã Kiraz. Uma dor imensa para todos nós, especialmente para essa família que lutou com coragem, fé e amor pelas suas gêmeas siamesas”, continuou. A criança tinha deixado a UTI no último dia 10 de dezembro, conforme publicação do perfil Kiraz e Aruna Rodrigues no Instagram.
Em vídeo anterior à nota, o médico informou que o óbito ocorreu devido a um quadro infeccioso severo. “Ela estava bem, foi para a enfermaria, como todos acompanharam, e, após três ou quatro dias, apresentou um quadro infeccioso, provavelmente viral.”
As gêmeas Kiraz e Aruna, naturais de Igaraçu do Tietê (SP), nasceram unidas pelo tórax, abdômen e bacia. Elas compartilhavam o fígado e possuíam três pernas. A cirurgia de separação, realizada no dia 10 de maio, durou 19 horas e envolveu mais de 40 profissionais de saúde. Após o procedimento, as duas foram levadas à UTI e entubadas devido às complicações, como febre alta.
A morte de Kiraz foi confirmada cerca de dez dias após o procedimento de separação.