MONITORAMENTO

Varíola dos macacos: Goiânia monitora saúde de primatas após confirmação de casos

A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) passou a monitorar a saúde dos primatas residentes…

A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) passou a monitorar a saúde dos primatas residentes de parques municipais e unidades de conservação de Goiânia. Isso porque, na última quarta-feira (13), a capital confirmou dois casos de Monkeypox, a varíola dos macacos. A doença não é transmitida pelos animais, que, como humanos, também são vítimas dela.
Varíola dos macacos: Goiânia monitora saúde de primatas após confirmação de casos (Foto: Prefeitura de Goiânia)

A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) passou a monitorar a saúde dos primatas residentes de parques municipais e unidades de conservação de Goiânia. Isso porque, na última quarta-feira (13), a capital confirmou dois casos de Monkeypox, a varíola dos macacos. A doença não é transmitida pelos animais, que, como humanos, também são vítimas dela.

De acordo com a Amma, especialistas também têm feito o acompanhamento da rotina dos macacos e demais animais cujo habitat são os parques da capital. A bióloga, Wanessa de Castro, afirma que o trabalho consiste na avaliação constante do comportamento dos bichos e na observação da existência de sinais de qualquer tipo de doença.

Segundo a profissional, até o momento, “nada de anormal foi constatado nem nos animais que vivem nos parques, nem naqueles que residem nas unidades de conservação”. Wanessa aponta, então, que “não oferecem risco quanto à transmissão do vírus”.

Macacos são vítimas

O vírus Monkeypox foi descoberto em 1958, em grupo de macacos de um laboratório dinamarquês, daí, o nome popularizado como “varíola dos macacos”. Wanessa pontua que, apesar disso, o vírus também tem roedores como possíveis portadores, segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Equipes acompanham rotina e estado de saúde dos bicos e afirmam que interação pode ser prejudicial ao bem-estar dos primatas (Foto: Prefeitura de Goiânia)

“De forma alguma as pessoas devem maltratar ou matar esses animais, um crime ambiental passível de multa e detenção”, alerta. A punição consta no Art. 32 da Lei Federal 9.605/98.

Em Senador Canedo, a Amma registrou dois casos de animais que morreram após serem atacados por humanos. O primeiro macaco foi encontrado morto em cima de uma placa, na entrada da cidade. Segundo a equipe, somente pela forma como o animal foi deixado morto, foi possível perceber que não havia sido atacado por outro animal, mas sim por uma pessoa.

Além disso, a equipe veterinária também constatou que o macaco apresentava vários traumas pelo corpo, que indicam que ele morreu com golpes de pau ou pedra.

Já o segundo macaco morto não apresentava tantos sinais de trauma, pois foi localizado em estado avançado de decomposição. Ele estava em um bosque a cerca de 3 km de onde o primeiro foi encontrado.

“O macaco, até onde a gente sabe, não transmite a doença. Na verdade, ele sofre com a doença assim como nós. O nome varíola dos macacos foi dado, na realidade, porque a doença foi encontrada em um macaco e não porque ele transmite o vírus”, explica a médica veterinária e chefe de Bem-Estar Animal da Amma, Isabella Lauria.

Dois macacos apareceram mortos em Senador Canedo com sinais de violência, no último sábado (2). A prefeitura da cidade suspeita que um humano tenha atacado o animal por medo da doença conhecida como 'varíola dos macacos'. A doença, transmitida por um vírus da família Orthopoxvirus, possui cerca de 80 casos confirmados no Brasil, mas nenhum deles é em Goiás. Conforme especialistas, os macacos não transmitem a doença.

Macacos são mortos por humanos em Senador Canedo por medo da varíola, acredita prefeitura (Foto: Prefeitura – Amma – Senador Canedo)

Ressalvas

Entretanto, a bióloga ressalta que há riscos na interação entre os visitantes dos parques e os macacos. Isso porque, podem acarretar problemas de contaminação com doenças humanas e saúde agredida pela ingestão de alimentos industrializados. “São animais de vida livre, então, essa interação deve se limitar à contemplação. Não só dos macacos, como dos outros animais silvestres”, alerta.

Wanessa lembra de caso recente no qual uma fêmea de macaco-prego teve um membro necrosado em consequência do corte em uma latinha de refrigerante. “Quando a capturamos, a infecção estava avançada, então precisamos amputar a mão o que, felizmente, não acarretou em maiores consequências para a vida dela”, conta.

Como se proteger da Monkeypox?

Segundo a diretora de vigilância em Saúde de Goiânia, Grécia Pessoni, por enquanto, a recomendação é que a população sempre higienize as mãos e evite grande aglomerações. “Se por ventura precisar estar em locais com aglomeração, deve-se fazer o uso de máscara”, reforça.

A diretora ainda alerta que, caso alguém tenha contato com uma pessoa com lesões na pele ou sintomas de Monkeypox, também procure imediatamente os postos de saúde.

“Pessoas com sintomas de Monkeypox ou que acabaram de chegar de viagem e estão com sintomas ou pessoas que estão com lesões na pele, que não se sabe a procedência das marcas, devem procurar as unidades de saúde. A gente sabe que algumas doenças tem sintomas parecidos, então na dúvida procure um posto de saúde”, orienta a Grécia.