PREOCUPAÇÃO

Vereadora de Americano do Brasil é denunciada por invadir hospital e ameaçar médicos

Laricy Oliveira alega desespero, pois a filha não poderia passar por um parto normal

Vereadora de Americano do Brasil é denunciada por invadir hospital e ameaçar médicos
Vereadora de Americano do Brasil é denunciada por invadir hospital e ameaçar médicos (Foto: Reprodução)

A vereadora Laricy Oliveira (Podemos), de Americano do Brasil, foi denunciada por invadir o centro cirúrgico do Hospital Municipal e ameaçar médicos e enfermeiros, na quarta-feira (17). Funcionários da unidade afirmaram aos policiais que a confusão começou após a filha dela entrar em trabalho de parto.

Conforme apurado, a vereadora teria chegado exaltada e dizendo que a filha não poderia passar por um parto normal. Em seguida, teria forçado a entrada no centro cirúrgico e ameaçado a equipe de plantão.

Nas redes sociais, na quinta-feira (18), a vereadora relatou que estava em casa, quando soube que a filha estava em trabalho de parto há mais de 2 horas no hospital. Ela citou que a filha não poderia dar à luz, a menos que fosse cesárea e, por isso, ficou desesperada. A mulhor disse que, de fato, entrou no local para avisar do “risco de um parto normal” e não empurrou ninguém.

O prefeito do município, Raphael Neto do Alaor, contestou a versão da vereadora. O gestor afirmou que ela e o esposo chegaram ao local gritando e ofendendo os presentes, e depois forçou a porta do centro cirúrgico. “Se houvesse algum tipo de diálogo, nada daquilo teria acontecido.”

Ele disse, ainda, que o casal só foi contido com auxílio de força policial. Raphael também relatou que só após a saída dela foi possível à equipe continuar os trabalhos. “Em relação à perseguição política alegada pela vereadora, eu a desafio a provar. E afirmo: na nossa gestão, isso não existe. Mas de forma alguma aceitaremos e jamais seremos omissos em qualquer ofensa e tentativa de agressão a qualquer funcionário público que esteja no exercício de sua função.”

Por fim, ele afirma que tanto a paciente quanto a criança estão bem. “Em relação às medidas legais cabíveis, todas já foram devidamente tomadas.”

Com a palavra, a vereadora

Laricy confirmou que foi ao hospital e entrou no centro cirúrgico por desespero, pois queria avisar da impossibilidade de um parto normal. “Antes foram minha nora e minha sobrinha para averiguar se era verdade, pois ela estava com parto marcado para hoje [quinta]. Ela estava grávida de 40 semanas e alguns dias.”

Ela explicou que a filha sentia dores há algumas semanas. A vereadora afirma, então, que a sobrinha e a nora descobriram que a gestante estava no centro cirúrgico para ter um parto de forma natural. “Ela é mãe de três filhos. Os dois primeiros partos foram cesáreas, pois ela não evolui para parto normal.”

A vereadora foi ao hospital e descobriu que a filha já tinha rompido a bolsa e estava passando mal. “Quando me disseram que ela estava no centro cirúrgico para ter um parto normal, eu fiquei desesperada, como mãe. Como uma menina, que sente dor desde a 36ª semana, foi levada para o centro cirúrgico para forçar um parto normal?”

Laricy afirma que, desde que a gestão mudou, percebe uma resistência de atendimento no hospital. “Eu fiquei pedindo e insistindo que queria falar com o médico, que minha filha não evoluía para um parto normal e das consequências. Poderia acontecer algo com ela e meu neto.” Segundo a vereadora, o hospital escolhe quem será bem tratado e quem não será.

Ela afirma que, por não permitirem falar com o médico, vendo o risco de vida da filha e do neto, se desesperou. “Em um ato desesperado, entrei sem autorização. Não queriam me deixar por ser oposição. Era para falar do risco de um parto normal.” Segundo a vereadora, ela apenas questionou o médico como profissional, se ele não poderia avaliar a condição da filha, que não poderia fazer um parto normal.