Investigação

Vídeo mostra prisão do piloto de helicóptero acusado de levar líderes do PCC para emboscada

O empresário e piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, de 31 anos, que está preso…

O empresário e piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, de 31 anos, que está preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, vivia em Caldas Novas, a 152 quilômetros de Goiânia, com a esposa. Felipe é apontado pela polícia cearense como o piloto que levou, em um voo, dois líderes do PCC para uma emboscada mortal. A prisão foi feita pelo grupo de elite da Polícia Civil de Goiás (GT-3).

O delegado que apura o caso, Harley Filho (Polícia Civil do Ceará) disse que Felipe foi ouvido dentro do presídio, e contou detalhes de como foi o voo. Felipa também disse que não sabia estar levando os homens para serem mortos. Felipe assumiu que sabia quem eram as pessoas, e disse em depoimento que acreditava estar levando eles para alguma reunião secreta da facção criminosa. Os corpos foram achados por nativos.

O VOO DA MORTE
Os líderes do PCC Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos no dia 15 de fevereiro deste ano. O crime aconteceu em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará, em uma emboscada armada pelos próprios integrantes da facção criminosa.

Uma das linhas de investigação é a suspeita a de que eles tenham sido mortos por desviarem dinheiro da facção. Um bilhete de papel encontrado em um presídio em Presidente Venceslau, a 600 km da capital paulista, onde está a cúpula da facção, aponta que a ordem para matar os dois teria partido do traficante Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho, o braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, a maior liderança do PCC.

Gegê do Mangue e Paka (Foto: Reprodução)

Na anotação, feita a caneta, estaria escrito: “Ontem, fomos chamados em umas ideias, aonde nosso irmão Cabelo Duro deixou nois ciente que o Fuminho mandou matar o GG e o Paka. Inclusive, o irmão Cabelo Duro e mais alguns irmãos são prova que os irmãos estavam roubando (sic)”.

CONTATO EM SP
Os negócios de Felipe vão mais além da empresa de aviação de Goiânia, da fazenda em Catalão — com gado de corte e plantio de grãos. Foram descobertas ligações de Felipe com um coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que já foi inclusive subcomandante do Grupamento Aéreo da PM paulista. O coronel Edson Gaspar aparece em várias imagens das redes sociais de Felipe.

Além disso, uma filha do coronel aparece como sócia de Felipe em uma empresa de São Paulo. Ele deixou a sociedade em março, porque o coronel comprou a parte dele. Procurado pela TV Globo, o coronel disse que conheceu Felipe quando ele era criança, e que não manteve contato com o empresário goiano. O Mais Goiás não conseguiu contato com o coronel. A nossa reportagem também não conseguiu contato com a defesa do piloto.