ENTREVISTA

‘Violência patrimonial’: Andressa Mendonça diz que foi impedida de entrar no próprio imóvel

Advogada afirma que escritório está em seu nome desde 2013

'Violência patrimonial': Andressa Mendonça diz que foi impedida de entrar no próprio imóvel
'Violência patrimonial': Andressa Mendonça diz que foi impedida de entrar no próprio imóvel (Foto: Reprodução)

Ex-esposa de Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça negou ao Mais Goiás que tenha invadido um escritório de advocacia nesta terça-feira (2), pois o imóvel é dela. Ela foi parar na delegacia e assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) na Central Geral de Flagrantes (CGF) de Goiânia. A advogada afirma que tem sofrido “violência patrimonial há muito tempo” do ex-companheiro.

Andressa diz que o imóvel está em seu nome desde 2013 e que nunca foi objeto de partilha. Contudo, quando ela conseguiu medida protetiva após denúncias de ameaças e intimidações, no meio do ano, ela deixou de frequentar o local, uma vez que dividia o espaço com Carlos. “Eu advogava lá e ele tinha uma sala do lado, mesmo separados. A medida, contudo, não incluía o meu ambiente de trabalho, então parei de ir.”

Segundo a advogada, posteriormente, ela foi impedida de ir ao local, pois o ex-marido colocou seguranças armados. “Naquele primeiro momento, preferi esperar. Eu queria um acordo, jamais quis prejudicá-lo.” Recentemente, inclusive, devido a atrasos de pensão, Andressa entrou com pedido de execução e prisão civil, concedida no último mês pelo atraso de R$ 1,175 milhão.

Em 25 de novembro, contudo, Carlinhos Cachoeira teria feito um acordo judicial para não ser preso por dívida de pensão. Segundo Andressa, houve uma conversa, de fato, uma proposta foi alinhada, mas ele não assinou a homologação e nunca pagou nenhuma parcela. “Chegamos a alinhar a proposta, aceitei parcelar como ele pediu, até alterando valores de pensão, com redução, do jeito que ele quis, mas ele sumiu. Ele nunca assinou ou fez o pagamento da prestação. Hoje, ele está foragido.”

Aluguel

Mas, de volta ao imóvel, Andressa explica que Carlos fez um contrato com outro escritório, “sem ter legitimidade”, para que outros advogados ocupassem o local. “Eu fiquei de fora, sem escritório, sem renda e sem clientes. Eles disseram para os meus clientes que saí e que não trabalhava mais lá. Hoje, estou com uma sala em casa, atendendo clientes de forma virtual.”

Ela continua: “Ele tirou meus clientes, não paga pensão alimentícia, tenho enfrentado dificuldades.” Ela afirma que o contrato feito com os advogados é frágil e entende não ter validade. “Não é proprietário, não pode locar.” Ao Mais Goiás, ela afirma que ainda não tentou reaver, mas prepara uma ação “o mais breve possível.”

Ida ao local

Sobre a ida ao local, ela diz que chamou dois funcionários, pegou a chave, mas percebeu que trocaram as fechaduras e controles. “Estava sem acesso, por isso chamei o chaveiro e pedi para abrir. Quando os advogados chegaram, disseram que eu estava invadindo. Como invadir algo que é meu?”

Ela afirma que houve uma discussão acalorada e a polícia foi chamada. “Fomos para a delegacia e fizeram um TCO. Mas não acredito que eu vá responder. Mostrei [ao delegado] os documentos, que sou proprietária, que estava entrando de boa fé. Mostrei que o contrato não tem eficácia.”

Defesa de Cachoeira

A defesa de Carlos confirmou que o imóvel está no nome dela, mas afirmou que pertence a ambos e que, diferente do que ela disse, está em disputa judicial. Segundo apontado, apenas uma decisão judicial poderia tirar Cachoeira do local. Ele afirma, ainda, que serão investigados exercício arbitrário das próprias razões e outros crimes.