OCORRÊNCIA

Vítima de falso sequestro no setor Jaó sofreu tortura emocional por horas, diz advogado

Idosa foi contactada por vídeo chamada às 3h de quinta-feira

Banco Central faz ajustes para aperfeiçoar segurança do Pix
Banco Central faz ajustes para aperfeiçoar segurança do Pix (Foto: Pixabay)

Advogado da família da moradora do Jaó, em Goiânia, que foi vítima de falso sequestro, Fernando Ramos disse que a mulher está muito debilitada. “Ela ficou sendo torturada emocionalmente por horas.”

A idosa de 78 anos foi contactada em chamada de vídeo por falsos sequestradores que diziam estar com a filha dela em cativeiro, por volta das 3h da manhã da última quinta-feira (13). Ela foi convencida a fazer um transferência de R$ 20 mil e entregar joias (avaliadas em R$ 400 mil) para criminosos. Os fatos narrados constam em boletim de ocorrência ao qual o Mais Goiás teve acesso.

Fernando revela que a idosa tem três filhos. Duas mulheres e um homem. A que teria sido sequestrada mora em São Paulo e já está a caminho de Goiânia.

Falso sequestro

“Anda, mãe, pega logo as suas joias, eu sei que a senhora tem muitas, entrega logo para me salvar”, apelou a voz feminina do outro lado da linha. A negociação durou aproximadamente sete horas. Quando o banco abriu, a vítima foi orientada a ir até lá fazer um TED de R$ 20 mil. Uma hora depois, ela retornou e deveria depositar novamente a quantia, mas a gerente desconfiou e a impediu.

Contudo, entre uma transferência e outra, a mulher, que mora só, colocou as joias em uma sacola e deixou na porta de casa, entrando sem olhar para trás para que alguém recolhesse a encomenda. Imagens de câmeras de segurança mostram que um homem de camisa azul e óculos escuros pegou os itens. Em seguida, ele “desceu a rua” e entrou em um veículo de cor prata de placa não identificada.

A ligação que ela recebeu tinha o DDD 21. Ela também foi proibida de notificar a polícia a respeito daquele suposto sequestro e foi colocada para ouvir uma voz feminina, que disseram ser da filha sequestrada, como mencionado. A farsa só foi descoberta após a gerente do banco desconfiar.

Os funcionários do banco, então, ligaram a filha da vítima, que estava bem. Informada, ela e os demais familiares da vítima foram à delegacia para tomar as devidas providências. O caso segue em investigação. A advogada Rosana Pimenta Goulart acompanhou todo o processo na delegacia.