Líder e vereadores da base de Mabel somam votos a oposição em 1ª votação que derrubou Taxa do Lixo

A primeira votação que aprovou a revogação da Taxa do Lixo deixou claro movimentos já vistos desde a reabertura dos trabalhos neste segundo semestre: a base do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) não está coesa e a rachadura agora é escancarada. O placar de 20 votos favoráveis contra 13 revelou que a oposição contou com a companhia de nomes que, na prática, deveriam ser aliados de primeira hora do Paço. Entre eles, o líder do prefeito na Câmara, Igor Franco (MDB), e os governistas Pedro Azulão Jr. (MDB) e Lucas Kitão (UB).

O resultado foi um baque político. Não apenas pela aprovação em si, mas porque expôs, mais uma vez, que Mabel não tem controle absoluto sobre sua bancada. Em menos de duas semanas, o prefeito já enfrentou a abertura da CEI da Limpa Gyn e agora a derrubada em primeira votação da taxa que sustenta o contrato da limpeza urbana. Dois golpes vindos não só da oposição, mas da sua própria tropa.

Enquanto parlamentares como Rose Cruvinel (UB), Tião Peixoto (PSDB) e Sargento Novandir (MDB) se mantiveram fiéis ao Paço e votaram contra a revogação, a adesão de Igor Franco deu a medida da gravidade do cenário. Se até o líder da gestão no plenário deixou de sustentar o prefeito, a mensagem é clara: o desgaste de Mabel não vem apenas das críticas externas, mas do esfarelamento interno.

A tensão deve crescer na segunda votação, quando o plenário dará a palavra final. Se o resultado se repetir, o prefeito acumulará duas derrotas simbólicas e consecutivas na Câmara, em um início de gestão marcado por embates com vereadores e pela dificuldade de segurar a própria base.