COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY

Maioria dos brasileiros apoia regulação mais dura das redes sociais, mostra levantamento

Entre os eleitores de Lula, 94% apoiam a regulação; entre os de Bolsonaro, 89,3% são contra

Maioria dos brasileiros considera que redes sociais devem ser reguladas (Foto: Agência Brasil)

A maioria dos brasileiros apoia uma regulação mais dura nas redes sociais. De acordo com a pesquisa Latam Pulse, feita pela AtlasIntel, 63,5% dos entrevistados consideram necessária uma regulação mais rígida das redes no Brasil. Desse total, 57% avaliam que a medida é urgente. Os números foram divulgados nesta terça-feira (8).

O apoio, no entanto, está longe de ser homogêneo. Entre os eleitores do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 94% são favoráveis à regulação. No outro extremo, 89,3% dos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se opõem à proposta. O dado escancara o grau de polarização política em torno do tema, que se consolidou como uma das principais trincheiras da disputa entre lulismo e bolsonarismo.

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A diferença geracional também é marcante. Entre os entrevistados com mais de 60 anos, 72,3% consideram a regulação necessária e urgente, o maior índice entre todas as faixas etárias. Já entre os jovens de 16 a 24 anos, o apoio total à medida cai para 39,7%, somando os que enxergam urgência (21%) e os que consideram a regulação necessária, mas não prioritária (18,7%).

O recorte por escolaridade reforça o padrão de divisão. Entre os brasileiros com ensino superior, 56,8% são favoráveis à regulação e 37,2% são contrários. Já nas faixas de renda mais altas, o apoio à medida chega a 64,7% entre quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, e a 62,2% entre os que recebem mais de R$ 10 mil mensais.

Apesar das divergências, o levantamento mostra que a regulação das redes não é automaticamente associada à censura. Questionados se a atuação do Supremo Tribunal Federal nesse campo representaria um risco à liberdade de expressão, 48,9% responderam que não há nenhum risco de censura. Outros 39,4% veem um risco alto, enquanto 6,6% enxergam algum risco.