Presidente da Fecomércio-GO vê “manicômio tributário” na reforma tributária e alerta para riscos ao setor produtivo

O presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi, fez duras críticas à reforma tributária em entrevista ao podcast Domingos Conversa, exibido nesta segunda-feira (15), ao avaliar que o modelo aprovado não entrega simplificação e amplia a insegurança para o setor produtivo. Para ele, o país caminha para um cenário ainda mais confuso durante o período de transição que começa a partir de 2026.

“Estamos saindo de um manicômio tributário para um hospício com manicômio tudo junto”, afirmou Baiocchi ao jornalista Domingos Ketelbey, colunista do Mais Goiás, ao comentar o convívio simultâneo entre o sistema atual e as novas regras. Segundo o dirigente, empresas terão de operar, por anos, com dois modelos tributários, o que eleva custos, aumenta riscos e dificulta o planejamento.

Baiocchi alertou ainda para o impacto direto sobre comércio e serviços, segmentos intensivos em mão de obra. De acordo com ele, há setores que hoje operam com carga entre 14% e 16% e que podem saltar para algo próximo de 25%. “Simplificar não pode significar cobrar mais de quem gera emprego”, disse, ao afirmar que não vê segurança no desenho atual da reforma.

Na avaliação do presidente da Fecomércio-GO, a incerteza jurídica e fiscal já afeta decisões de investimento. “Nem o passado é certo. Regras mudam o tempo todo, e isso afasta quem quer investir”, completou. Para Baiocchi, sem previsibilidade e estabilidade, o país corre o risco de sufocar justamente quem sustenta a economia real.