COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY

Procurador que chegou armado em discussão com assessor volta ao cargo na Câmara de Goiânia

Kowalsky Ribeiro volta ao cargo exatos 40 dias depois de saída conturbada

Kowalsky Ribeiro, procurador-Geral da Câmara retorna ao cargo após saída conturbada (Foto: Divulgação)

Pouco mais de um mês após deixar o cargo em meio a uma verdadeira crise política e institucional em um contexto que chegou armado em uma discussão, Kowalsky Ribeiro foi nomeado novamente como procurador-geral da Câmara Municipal de Goiânia. A recondução foi oficializada por meio de portaria que será publicada nesta quarta-feira (18) e assinada pelo presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), que a coluna teve acesso. 

A nomeação acontece exatos 40 dias após o pedido de exoneração de Kowalsky, feito em meio à polêmica envolvendo um episódio de tensão com assessores do vereador Sargento Novandir (MDB). Apesar de ainda não ter sido publicada, a coluna apurou que Kowalsky já voltou a atuar mesmo que à distância frente à função.

O retorno do procurador-geral da Câmara à função ocorre sem que o Processo Administrativo Disciplinar aberto contra ele e o chefe de gabinete de Novandir, Sérgio Dornelles, que também foi exonerado do cargo, tenha sido concluído.

À época, imagens de videomonitoramento mostraram o procurador chegando armado à Câmara e se dirigindo ao chefe de gabinete do parlamentar, com quem havia divergências. 

A situação provocou reações dentro e fora do Legislativo, inclusive com o uso de colete à prova de balas por parte de Novandir em plenário e a apresentação de uma lista de ocorrências policiais atribuídas ao procurador. Kowalsky rebateu e disse que portava arma justamente para se defender da equipe do vereador.

Apesar de ser da confiança de Policarpo e tido como profissional de qualificação técnica inquestionável, a situação ficou insustentável e Kowalsky não teve outra alternativa que não fosse apresentar o próprio pedido de afastamento.

Em sua carta de exoneração entregue no dia 8 de maio, Kowalsky destacou que buscava garantir “isenção e transparência” durante a apuração dos fatos. Ele também afirmou que enfrentaria as acusações “com firmeza e dentro da legalidade”.

A recondução ao cargo acontece sem que tenham sido divulgadas publicamente as conclusões de qualquer processo administrativo disciplinar (PAD) sobre o caso. A Câmara de Goiânia confirmou à coluna que o “PAD ainda não foi concluído e será tornado público após sua conclusão”, contudo, deixa claro: “ainda sem previsão de prazo”.