Superintendente do Iphan, ex-presidente do Cidadania, Gilvane Felipe avalia deixar o partido
O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Goiás, Gilvane Felipe,…
O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Goiás, Gilvane Felipe, ex-presidente estadual do Cidadania, admitiu estar reavaliando sua permanência na sigla. Em entrevista à coluna, ele disse que a atual condução do partido no estado, marcada por aproximação com o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), tem afastado o grupo que defendia uma linha de centro-esquerda.
“Estamos verificando todas as possibilidades. Não gostaria de adiantar porque tenho que ouvir as pessoas com quem tenho uma relação antiga de militância, mas é fato que a permanência no Cidadania se tornou cada vez mais difícil”, afirmou. “Congressos sem convocação, congressos grupistas e uma aproximação explícita com o caiadismo são questões que jogam contra a nossa permanência”, completou.
Apesar de não confirmar destino, Gilvane sinalizou que a decisão será coletiva, tomada junto ao grupo que comandava o partido até recentemente e que, desde 2022 tem demonstrado simpatia e apoio aos projetos do PT. Gilvane, inclusive, destacou que o partido de Lula pode até ser um dos seus caminhos, mas evita cravar. “Eu não posso te antecipar nada porque não será uma decisão individual. Vamos ouvir as pessoas que dividem comigo essa história de militância”, afirmou.
Gilvane faz referência ao novo presidente do Cidadania em Goiás, Iuri de Castro, que ocupa o cargo de procurador-Geral da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). O advogado destacou à coluna, que o partido considera o futuro e não descarta, inclusive, lançar um nome próprio ao Governo de Goiás. Frise-se: o Cidadania vai formalizar uma federação com o PSB para os próximos quatro anos.
Para Felipe, contudo, as articulações estão ligadas ao projeto de Bruno Peixoto de consolidar uma base de partidos alinhados ao governo estadual. “O presidente da Alego diz que tem 12 partidos em sua mão. O Cidadania deve fazer parte dessa conta”, pontuou.
O ex-presidente estadual reforçou seu respeito ao ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque, que em Goiânia defendeu o apoio do Cidadania à reeleição de Lula por meio de federação com o PSB. Contudo, para Gilvane, essa posição não reflete a condução do partido em Goiás. “Tenho profundo respeito pelo Cristovam, mas ele olha apenas para a questão nacional e não percebe como isso repercute aqui em Goiás. Desde quando arquivamos a luta contra o caiadismo?”, questionou.
Na capital goiana, Cristóvam Buarque chegou a elogiar os planos presidenciais de Caiado, mas destacou que não vê chance de um avanço nesse projeto por achar que o governador de Goiás não terá o respaldo do grupo capitaneado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que hoje está preso em prisão domiciliar. Nos bastidores, fala-se que quem terá essa bênção é o ex-governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).