MITOLOGIA GREGA

Goiânia terá montagem de Orfeo ed Euridice no Basileu França

Ópera tem a participação de cinco solistas e 28 coristas do Ópera Estúdio Basileu França, além de 55 instrumentistas da Orquestra Sinfônica Juvenil Pedro Ludovico Teixeira e mais

Goiânia terá montagem de Orfeo ed Euridice no Basileu França
Goiânia terá montagem de Orfeo ed Euridice no Basileu França (Foto: Divulgação)

Goiânia recebe a ópera Orfeo ed Euridice no palco do Teatro Basileu França de 3 a 5 de outubro. A apresentação, que acontece às 20h nos dois primeiros dias e 19h no último, tem a participação de cinco solistas e 28 coristas do Ópera Estúdio Basileu França, além de 55 instrumentistas da Orquestra Sinfônica Juvenil Pedro Ludovico Teixeira, sob a regência do maestro Erick Félix. Também se apresentam 15 bailarinos da Cia Jovem Basileu França, em direção artística assinada pelo professor Eduardo Machado, que é, também, diretor musical, juntamente com o professor Jackson Guedes.

Interessados em ver a história baseada na trama da mitologia grega podem adquirir os ingressos por R$ 40 + 4 na plataforma Sympla. A trama acompanha a trágica morte da ninfa Eurídice, picada por uma cobra, e de seu marido Orfeu, filho dos deuses Apolo e Calíope, conhecido pela sua habilidade de encantar tocando lira. “Compadecido pelos profundos lamentos de Orfeu, o Deus do Amor permite que ele vá ao submundo resgatar Eurídice, mas impõe a condição de que não olhe para ela até que façam a travessia do rio Estige. Ao entrar no submundo, Orfeu acalma as Fúrias com sua música que aos poucos se comovem com a doçura do seu canto”, diz trecho da sinopse ao convidar o espectador para ver o fim da peça no teatro.

Originalmente, a montagem foi escrita em 1762 e apresentada em Viena, cantada em italiano, em três atos. Ela se inspira na mitologia grega narrada no livro IV, de Geórgicas de Vigílio. “Christoph W. Gluck, que viveu de 1714 a 1787, foi um dos mais importantes compositores de seu tempo. Pode ser considerado o grande reformador da ópera clássica por equilibrar a importância da música e da ação dramática, e sua ópera Orfeo ed Euridice é a obra mais representativa dessa tendência”, afirma Eduardo Machado.

Rafaela Duria, mezzo soprano, bacharel em Música, com habilitação em Canto Lírico, pela Unicamp e aluna de mestrado em Música pela mesma instituição, vai interpretar Orfeu nos dias 3 e 5. Será seu primeiro papel travestido, o que a levou a uma experiência de pesquisa e de incorporação do personagem totalmente nova. “O corpo dele, o jeito dele andar, os acentos das frases, toda a postura dele no palco é diferente. A minha pesquisa do personagem partiu do arquétipo de herói da mitologia clássica que caracteriza Orfeu, a partir dessa visão de homem ideal clássico, porque além de herói, ele é um poeta, um artista capaz de aplacar a fúria das sombras do inferno com seu canto e sua lira”, revela.

Como o protagonista passa muito tempo no palco, ela precisou trabalhar a resistência física e vocal. “Ele tem monólogos, tem reflexões consigo mesmo, ele declama os versos, todos muito bem construídos, as árias são todas muito líricas. Ele tem uma espécie de superpoder que vem do conhecimento, na porque na mitologia clássica acredita-se que a alma é alimentada pelo conhecimento, ela é construída com o conhecimento. Então, estou tendo que me preparar muito para construir esse protagonista e conseguir transmitir tudo isso em cena.”

No dia 4, o papel principal ficará com o barítono Vítor Monte será Orfeo, formado em Canto Lírico pela Universidade Federal de Goiás e também integrante do Ópera Estúdio Basileu França. Para ele, “é um desafio interpretar o personagem em si, já que ele passa muito tempo no palco e isso é exaustivo tanto fisicamente quanto vocalmente. Outro grande desafio tem sido o de expressar a carga emocional, porque é um personagem que passa por uma dor intensa, e essa paleta de emoções é muito diferente do que eu estou habituado a corporificar no palco.” Para ele, que já acompanhou outras montagens dessa peça, esta é “nova” e “revolucionária”.

Já a soprano Karina de Sousa, que viverá Eurídice, integra o Coro Sinfônico Jovem de Goiás e é aluna do curso de qualificação em Teatro e Ópera Estúdio Basileu França. “Em 2019 estreei minha carreira como cantora lírica, interpretando a personagem Eurídice na ópera L’Orfeo de Monteverdi, e, por uma feliz oportunidade, tenho a honra de interpretar a personagem de mesmo nome na ópera Orfeo ed Euridice, de Gluck”. Segundo ela, “fazer a protagonista da ópera é parte da realização de um sonho, e o sonho é de estar no palco, viver para estar nele e dele tirar forças para viver”.

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