Acusações de estupro ameaçam estreia de Birth of a Nation
Diretor, produtor, roteirista e estrela do filme foi absolvido em caso ocorrido em 1999
A ascenção explosiva do cineasta Nate Parker pode acabar implodindo e virando cinzas antes mesmo da estreia comercial do seu elogiado filme Birth of a Nation em outubro nos EUA. A personalidade de Parker está por toda a mídia e tabloides dos EUA após se tornar pública uma acusação de estupro contra o diretor.
Segundo o THR e o Deadline, Parker e seu parceiro de escrita Jean Celestin foram julgados por estuprar uma colega enquanto os três eram estudantes na Universidade da Pensilvânia, em 1999. Ambos foram absolvidos. Além do caso ter se tornado público, as emoções se tornaram ainda mais intensas depois que a vítima, mesmo sem ter tido sua identidade revelada, cometeu suicídio.
A imprensa descobriu que ela morreu 13 anos após o caso e especulou que o motivo teria sido a absolvição dos acusados. Ela denunciou Parker e Celestin por terem feito sexo com ela após ela ter desmaiado em uma festa da universidade. Eles alegaram que foi consensual.
A família da vítima divulgou uma nota no New York Times, dizendo: “estamos felizes que após tantos anos estes homens estão sendo responsabilizados por suas ações”, da mesma forma, os familiares criticaram o circo midiático ao redor do caso e pediram privacidade para a família.
Parker publicou um texto no Facebook comentando o caso e disse estar “devastado”. Ele começou comentando sobre toda esta exposição na mídia e disse “Eu entendo porque tantos estão preocupados e é compreensível que tenham suas dúvidas. Questões sobre o direito das mulheres e de uma relação saudável entre homem e mulher são importantes e devem ser discutidas, mas são difíceis. Como homem, marido, pai, irmão e religioso, eu compreendo quanta confusão e dor este caso causou, especialmente para a jovem envolvida”.
Ele também revelou que descobriu pela mídia sobre a morte da jovem disse estar “tomado por mágoa, não sei colocar em palavras o quão terrível é receber esta notícia”. Ele manteve sua versão de que é inocente, mas reconhece que era imaturo na época da acusação, dizendo “eu deveria ter sido mais sábio”.
A Fox planeja fazer uma turnê de exibição do filme por 40 locais, incluindo igrejas e universidades seguidas por palestras e entrevistas com Nate Parker. Estes planos agora podem mudar. Já o filme, feito de maneira 100% independente, conseguiu distribuição da Fox após abalar o circuito de festivais pelo mundo.
O filme conta uma versão romanceada da revolta real de escravos nos EUA liderada por Nat Turner, um pastor negro. Ele chamou atenção inicialmente por ter o mesmo nome que o filme de W. Griffths, uma das produções que mudou a história do cinema e que ficou conhecida por ser extremamente racista e endeusar a Ku Klux Klan.
Nate Parker dirigiu, escreveu, produziu e atuou no filme, programado para estrear nos EUA em outubro.