MERCADO EDITORIAL

Apenas livros religiosos cresceram em vendas nos últimos 14 anos no Brasil

Somente o segmento de livros religiosos apresentou resultado positivo no Brasil nos últimos 14 anos.…

A entrega dos livros arrecadados será feita em ações futuras do programa
A entrega dos livros arrecadados será feita em ações futuras do programa. (Foto: Reprodução)

Somente o segmento de livros religiosos apresentou resultado positivo no Brasil nos últimos 14 anos. Ainda assim, o desempenho foi pequeno: entre 2006 e 2019, suas vendas aumentaram 2%. O dado faz parte da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, cuja atualização da série histórica foi divulgada nesta quinta-feira, incluindo as informações do último ano.

O estudo é feito pela empresa de pesquisas de mercado Nielsen Book, com coordenação da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). O levantamento tem como base uma amostra de editoras, correspondente a 61% do mercado brasileiro. Para comparação entre si, os números foram corrigidos conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Queda a partir de 2014

Olhando o setor editorial como um todo, o faturamento caiu 20% no país nesses 14 anos, ainda que o resultado de 2019, um crescimento de 6%, tenha entrado na série histórica para melhorar o retrato. Se as vendas de livros para o governo forem tiradas do cálculo, a queda vai para 29%.

Ao avaliar a crise, os pesquisadores observam que o período de 2006 a 2019 mostra duas fases com características diferentes. Na fase 2006-2014 via-se uma estagnação, 0,1% de crescimento total do mercado. Já na fase 2014-2019 vem a queda de 20%. Segundo o levantamento, o ano mais dramático foi 2015.

O segmento com mais queda, de 41% na venda ao mercado, foi o de livros científicos, técnicos e profissionais (chamado de CTP na pesquisa). Estão nesse grupo produtos, por exemplo, usados em universidades. Considerando as vendas feitas ao governo, o declínio foi ligeiramente menor, de 38%. Essas obras são geralmente mais caras que as de outros tipos e enfrentam também as mudanças tecnológicas por que passa a educação. O faturamento com CTP subiu no começou do período, com crescimento de 17% de 2006 a 2014, época com maiores investimentos no Ensino Superior. Despencou, porém, 50% depois, de 2014 a 2019.

Entre as obras gerais, grupo em que estão os títulos literários, a queda nas vendas totais foi de 34%. Levando em consideração apenas as vendas ao mercado (sem as compras do governo), foi de 37%.

Já para os livros didáticos, as vendas caíram 8% no geral durante esse 14 anos. Excluindo da conta o governo, que é responsável por cerca de 50% do resultado nesse segmento, o encolhimento foi de 23%.