Arlindo Cruz morre aos 66 anos no Rio de Janeiro
Informação foi confirmada pela mulher do artista, Babi Cruz
O cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira (8), no Rio de Janeiro, aos 66 anos. A informação foi confirmada pela esposa do artista, Babi Cruz ao g1. Arlindo estava internado no hospital Barra D’Or, na Zona Oeste da cidade.
O músico enfrentava complicações de saúde desde março de 2017, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. Após o episódio, permaneceu internado por quase um ano e meio e, desde então, lidava com sequelas da doença, passando por diversas internações e afastado dos palcos.
Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu em 14 de setembro de 1958, na cidade do Rio de Janeiro. Reconhecido como um dos principais nomes do samba no país, era conhecido por sua atuação como cantor, compositor e instrumentista, especialmente no cavaquinho e no banjo. Foi apelidado de “o sambista perfeito” por admiradores, em alusão a uma composição com Nei Lopes — título que também nomeia uma biografia lançada em 2024.
Aos 7 anos, ganhou o primeiro cavaquinho. Aos 12, já tocava músicas de ouvido e aprendeu violão com o irmão, Acyr Marques. Estudou teoria musical e violão clássico na escola Flor do Méier e atuou em rodas de samba com artistas consagrados, como Candeia, que o ajudou em suas primeiras gravações, incluindo o LP “Roda de Samba”.
Durante a adolescência, estudou na escola preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena (MG), onde também participou de festivais. De volta ao Rio, passou a frequentar o Cacique de Ramos, roda de samba em que firmou parcerias com nomes como Zeca Pagodinho e Sombrinha. Sua primeira música gravada foi “Lição de Malandragem”.
Arlindo integrou o grupo Fundo de Quintal por 12 anos, substituindo Jorge Aragão. Nesse período, gravou canções como “Seja sambista também”, “Só Pra Contrariar” e “O Mapa da Mina”. Após sair do grupo em 1993, consolidou sua carreira solo. Ao longo da trajetória, teve mais de 550 músicas gravadas por diversos artistas.
Zeca Pagodinho e Beth Carvalho estão entre os intérpretes que mais gravaram composições do artista, como “Bagaço de Laranja”, “Dor de Amor”, “Jiló com Pimenta” e “A Sete Chaves”.
No carnaval, participou ativamente das eliminatórias de samba-enredo do Império Serrano, escola da qual era torcedor. A primeira vitória veio em 1996, com o enredo “E verás que um filho teu não foge à luta”. Em 2008, compôs para a Grande Rio. Em 2023, foi homenageado como enredo do Império Serrano.
Entre seus trabalhos solo, destacam-se o DVD Arlindo Cruz MTV Ao Vivo (2009), o CD Batuques e Romances (2011) e o projeto Batuques do Meu Lugar (2012), com participações de Alcione, Caetano Veloso e Zeca Pagodinho.
Em uma de suas últimas aparições na televisão, participou do programa “É Gol!!!”, da SporTV, onde relembrou sucessos e falou sobre a paixão pelo Flamengo.