Cinema

Cineasta iraniano indicado ao Oscar não participará da cerimônia

Graças à nova lei de Trump, Asghar Farhadi, vencedor do Oscar em 2011, está proibido de entrar no país

O cineasta Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011 por A Separação, decidiu não comparecer ao Oscar 2017 em protesto à novo decreto do governo Trump que barra a entrada de dez países muçulmanos nos EUA, incluside daqueles que possuem visto e até green card.

 

Pela lei, Farhadi, indicado novamente pelo longa O Apartamento, não poderia participar de qualquer forma, pois sua entrada no país não seria permitida. Neste domingo (29), o diretor veio a público pelas agências de notícias iranianas para revelar que, no seu caso, lhe foi dito que abririam uma exceção, mas ele recusou, em solidariedade aos seus concidadãos.

 

“Me foi dito que haveria a possibilidade, mas que ela viria acompanhada de ‘poréns’ e ‘ses’ e que não são aceitáveis”, disse, segundo o THR. Em nota, ele disse que os extremistas americanos são iguais aos extremistas muçulmanos que eles tanto temem: “eles tentaram apresentar aos seus povos imagens irreais e aterrorizantes de várias nações e culturas para tornar diferenças em desacordos, desacordos em animosidade, animosidade em medo”.

 

Ele disse que espera que a situação não se deteriore nem aumente a divisão entre as nações do mundo e chamou o decreto de Trump de “injusto” e “forçado”. Segundo o site, o resto do elenco do filme já havia optado por boicotar a cerimônia após o escândalo do decreto que proíbe a entrada de iranianos nos EUA.

 

Em nota, a Academia de Belas Artes e Ciências dos EUA chamou o dreceto do governo de “perturbador”. O Apartamento não foi o único filme afetado. A equipe do documentário Capacetes Brancos, que acompanha equipes de salvamento humanitário em meio à guerra civil na Síria, também foi barrada de comparecer à cerimônia. 

 

A produção do filme é, em grande parte, síria. A maior ironia é que muitos dos humanitários envolvidos na produção foram indicados ao Prêmio Nobel da Paz de 2016.