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Crítica: Logan (2017) – Especial de Férias

Filmes de super-heróis começaram a se consolidar em Hollywood em 2000 quando “X-Men – O Filme” impulsionou…

(Foto: Disney-Marvel)

Filmes de super-heróis começaram a se consolidar em Hollywood em 2000 quando “X-Men – O Filme” impulsionou a indústria a investir no formato. Desde então, não só a escala de produção aumentou, como o gênero tornou-se o mais lucrativo do mercado cinematográfico atualmente. E como tudo que é feito aos baldes tende a cair no genérico, é sempre gratificante quando um diretor busca fugir da fórmula padrão e criar um filme com DNA próprio.

“Logan”, felizmente, acerta no tom, no ritmo e na escala, e foge da grandiloquência habitual das super produções de Hollywood. O diretor James Mangold junto com os roteiristas Scott Frank e Michael Green, com a ajuda de Hugh Jackman, deixam de lado os efeitos especiais típicos dos demais filmes dos X-Men e toda a demonstração de poder dos mutantes, para desenvolver uma história que vai se preocupar com o núcleo de seus personagens, e em se aprofundar nos dilemas de Logan. Portanto, Wolverine torna-se a máscara fantasiosa por trás do homem.

A trama se passa no futuro, no ano de 2029. Os X-Men não existem mais, há poucos mutantes no mundo, Logan vive uma vida rotineira trabalhando como motorista de limousine e cuidando do professor Xavier, nonagenário com demência mental cujo cérebro é considerado uma arma de destruição em massa. Tudo muda quando Logan é forçado pelas circunstâncias a fugir com o professor e uma garota misteriosa e mutante chamada Laura Kinney (Dafne Keen). Com os mesmos poderes de Logan, Laura está sendo procurada por um mercenário chamado Donald Pierce (Boyd Holbrook), e o trio cruza os EUA com o objetivo de chegar em um lugar chamado Éden, onde se acredita que os mutantes vivem em paz e seguros.

Como o próprio Hugh Jackman falou incessantemente em todas as entrevistas de divulgação do filme, “Logan” está longe de ser uma obra de super-herói para vender bonecos. Ao afirmar que este é o seu último longa na pele do mutante com garras, Jackman ressalta a importância da história e os motivos pessoais que o levaram a se despedir do personagem. “Logan” fala muito de família, do peso do envelhecimento e da importância de se envolver e de confiar naqueles que amamos. Felizmente, o filme foge do sentimentalismo barato, e James Mangold desenvolve com sobriedade, e maturidade, o relacionamento entre Xavier, Laura e Logan.

Este é o primeiro filme do Wolverine com classificação 16 anos no Brasil e R nos EUA – equivalente a 18 anos. Era o sonho dos fãs assistir na tela grande um filme do mutante cheio de violência e com sangue jorrando. Tais características por si só poderiam prejudicar o longa se caso o roteiro não fosse bem trabalhado. Ser violento por ser violento não ajuda em nada. Mas “Logan” é centrado na história, e a conta com habilidade e emoção, e a violência nunca soa gratuita. Pelo contrário, ela não acontece desordenadamente e sem razão, e quando acontece é puro deleite ver o personagem em sua raiz animal e selvagem, enfiando a garra com vontade e exercendo toda sua fúria completamente sem amarras, como só um filme para maiores pode proporcionar.

“Logan” vai além do filme de super-herói. É um road movie, um western e um drama familiar que possui super-heróis no pacote, e tudo isso mesclado de um jeito inesquecível e tocante. Ainda bem que a despedida de Hugh Jackman como Wolverine foi em alto nível. Aqui, nosso coração é fisgado e levado de um extremo ao outro, não somente por ser uma obra adulta e pessoal, mas em ver que após 17 anos de entrega e dedicação ao personagem, Jackman dá o seu adeus. O coração bate forte, as lágrimas rolam no rosto, porém, a despedida tem o seu lado gratificante: o de saber que, ao menos, o adeus aconteceu com louvor! Finalmente!

Logan-EUA

Ano: 2017 – Dirigido por: James Mangold

Elenco: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen

Sinopse: Em 2029, Logan (Hugh Jackman) ganha a vida como chofer de limousine, para cuidar do nonagenário Charles Xavier (Patrick Stewart). Debilitado fisicamente, esgotado emocionalmente, ele é procurado por Gabriela (Elizabeth Rodriguez), uma mexicana que precisa da ajuda do ex-X-Men. Ao mesmo tempo em que ele se recusa a voltar à ativa, Logan é confrontado por um mercenário, Donald Pierce (Boyd Holbrook), interessado na menina Laura Kinney / X-23, sob a guarda de Gabriela.

Logan | 20th Century Studios