Ex-galã global, Nico Puig explica nova profissão, fala do casamento de 30 anos com produtor e lembra ensaio nu
Ator ficou conhecido por produções na Globo
O ator Nico Puig, conhecido por trabalhos em produções da década de 1990, explicou que se afastou gradualmente da atuação para reorganizar a vida pessoal e profissional. Ele começou a trabalhar aos 14 anos e realizou mais de 150 comerciais antes de reduzir sua participação no meio artístico.
Puig disse ao jornal O Globo que o afastamento ocorreu por uma necessidade de reestruturação. “Chegou um momento em que precisei me afastar, o que fiz de forma gradual. Eu precisava de um tempo para resolver questões pessoais, havia muitos questionamentos e volta e meia me via em situações de altos e baixos, a instabilidade da profissão. Isso fez com que eu tivesse que me reinventar para continuar honrando os meus afazeres”, afirmou. Ele também relatou que o retorno financeiro da publicidade não cobria suas despesas: “Nada se compara ao que as pessoas ganham hoje com as redes sociais. O que eu ganhei, eu gastei”.
Em 1999, quando ainda participava ativamente de novelas e programas de TV, o ator posou para a revista G Magazine. O ensaio foi mencionado recentemente por ele em um depoimento gravado para uma série do Globoplay, que acabou cancelada antes da estreia. O ator afirmou que, à época, já estava com o atual marido, Jeff Lattari, mas não havia falado publicamente sobre sua sexualidade. “A mídia, até então, não sabia nada sobre mim. A revista foi a forma que encontrei para passar um recado. Eu não sabia exatamente como as pessoas iam reagir, mas fiz consciente do que poderia acarretar. Eu me orgulho do ensaio, da coragem que tive para colocar em risco uma profissão que eu exercia desde tão jovem. Foi um momento divisor de águas”, disse.
Ele também lembrou que mantinha relacionamentos com homens e mulheres naquele período. “A única exigência que fiz foi ser fotografado por um homem e uma mulher, porque os olhares são diferentes. E na época eu me relacionava com homens e mulheres. Não sou bissexual, sou homossexual, mas na época eu transitava entre os dois universos”, explicou.
Após o ensaio, Puig viajou para São Francisco com Jeff. Ele relatou que a experiência marcou um novo momento da relação. “Para alguns pode parecer uma bobagem, mas quando você é jovem, apaixonado, está querendo gritar para o mundo que está amando e se sentindo amado. E, quando eu peitei o meu trabalho, realmente entendi que o amor estava falando mais alto. Eu amo a profissão que exerci, mas estou com meu parceiro há 30 anos”.
A união foi formalizada em 2013. Um ano depois, ele integrou o elenco de O Aprendiz: Celebridades. Puig relata que enfrentou um episódio que o levou a avaliar sua permanência no reality. “Eu tive um momento de enfrentamento que não foi ao ar. Um dos meus oponentes falou para mim: ‘E se todo mundo souber a tua vida particular?’. Eu respondi dizendo que não tinha nada a esconder, que aquilo não iria me oprimir. Mas, de toda forma, a minha vida privada não tinha nada a ver com o teor do reality. Assim, cheguei à conclusão de que não queria mais fazer parte disto. Um milhão pode ser muito dinheiro, mas não paga o meu psiquiatra. Medicação e tratamento levam o dinheiro todo embora”, relatou. O ator afirmou também ter sido diagnosticado com depressão crônica e TDAH.
Em 2016, ao apresentar o marido nas redes sociais, o ator disse ter recebido ataques virtuais. “É um ódio gratuito. Quando comecei a sofrer as ameaças, tive muitas quedas na saúde mental. Em algum momento fiquei dez dias sem sair da cama”, relatou.
Hoje, Puig atua no setor de reciclagem e upcycling. Ele mora em um triplex no centro de São Paulo e administra outros dois apartamentos para aluguel temporário no mesmo prédio. No terceiro andar, criou a SP Laje61, onde comercializa móveis, roupas e objetos reaproveitados, além de oferecer consultorias de customização. Ele afirma que o interesse por esse tipo de trabalho surgiu ainda no período em que morou em São Francisco, quando trabalhou como entregador de jornal e faxineiro. “Eu sempre tive esse olhar transformador de me apropriar de peças que as pessoas achavam que não teriam mais uso e resgatá-las para o meu imaginário”, disse.
Com informações do O Globo