FICA 2016

Filme sobre acidente radioativo de Chernobyl leva principal prêmio

Sob vários discursos politizados e um número considerável de gritos de “Fora Temer”, a 18ª…

Sob vários discursos politizados e um número considerável de gritos de “Fora Temer”, a 18ª edição do Festival de Cinema e Vídeo Ambiental terminou consagrando os filmes La Supplication, de Luxemburgo e dirigido por Pol Cucrhen, e Taego Ãwa, dos goianos Marcela e Henrique Borela.

 

Antes da cerimônia, a secretária do esporte, educação e cultura Raquel Teixeira falou brevemente com a imprensa e deu seu saldo sobre esta última edição do festival: “Foi uma festa de 18 anos que não podia ser melhor. Qualidade foi sua grande marca e realizamos um dos melhores fóruns ambientais dos últimos anos, especialmente na discussão sobre o Cerrado”.

 

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Secretária Raquel Teixeira: “A marca desta edição foi a qualidade” 

 

Para o futuro, a secretária promete “fortalecer os nossos laços internacionais” e destacou as iniciativas Se Liga no FICA, com filmes feitos por alunos de 11 escolas estaduais, e o concurso de redação O que fica do FICA, que irá levar os 10 melhores autores para conhecer o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

 

A secretária também prometeu uma melhor conexão wifi com um ponto de acesso na Praça do Coreto e melhores condições técnicas e de conforto pra o ano que vem,  já que alguns cineastas criticaram a qualidade da projeção nesta edição assim como o desconforto das cadeiras de madeira empregadas no Cinemão, local improvisado onde os filmes foram exibidos.

 

Primeiro foram entregues os filmes da Associação Brasileira de Documentaristas – Seção Goiás (ABD Goiás) que distribuiu R$ 120 mil em prêmios de R$ 7,5 mil a R$ 13,5 mil. O filme mais premiado foi Jonatas, de Getúlio Ribeiro, que acumulou três prêmios: melhor ator, roteiro e filme de ficção. Melhor direção ficou com Daniel Nolasco por Febre da Madeira, que também venceu melhor documentário.

 

Fábricio Cordeiro e Luciano Evangelista venceram em melhor montagem e o prêmio de melhor filme experimental foi dividio entre Tive fome, colhi sede, de Rafael Freire, e Silêncio não se Escuta de Rochane Torres.

 

Já no FICA, foram exibidos 22 filmes, 10 nacionais e 12 internacionais, com quatro goianos. Foram distribuídos R$ 280 mil em prêmios. primeiro, o júri popular escolheu Taego Ãwa como melhor filmes da mostra e o júri da imprensa escolheu La Supplication. Ambos os filmes seguiram para vencer os outros dois principais troféus da mostra: melhor goiano e melhor filme, respectivamente.

 

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Marcela Borela discursa ao lado do irmão 

 

Taego Ãwa conta a história de Tuttawa Ãwa, patriarca dos índios avá-canoeiro do Araguaia e seus familiares próximos, uma das últimas tribos a fazer contato. Este só veio à força em 1973 pela Funai, deixando a tribo reduzida aos familiares próximos de Tuttawa e deixando-os sem terra. Já La Supplication é uma adaptação do livro Vozes de Chernobyl da autora bielo-russa vencedora do Nobel de Literatura Svetlana Alexijevich. Infelizmente, o realizador Pol Cuchren não estava presente e o prêmio foi recebido por José Vieira, da GreenFilms Network.

 

O francês La Petite Pousse venceu como melhor curta e o melhor média ficou com o indiano Phum Shang, de Haoban Paban Kumar, que agradeceu o prêmio ao Brasil e o dedicou aos pescadores do laogo Loktak de Manipur. Já o prêmio de melhor longa ficou com Remember Your Name, Babylon, produção belga da dupla Marie Brumagne e Bram Van Cauwenberghe. O filme dos dois fala sobre a atual crise de refugiados.

 

Já Daniel Calil foi premiado na mostra ABD e no FICA: na primeira, seu filme E o galo cantou recebeu o prêmio de melhor direção de arte e na mostra competitiva venceu como segundo melhor filme goiano. Ao final, os cineastas premiados encerraram a cerimônia com uma selfie.

 

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