Talento em família

Pianista goiana é homenageada no ‘Legendários’ nesta sexta-feira (12)

Éricka Vilela, pianista goiana, mostrou que tem uma família talentosa em casa no quadro Talento…

Éricka Vilela, pianista goiana, mostrou que tem uma família talentosa em casa no quadro Talento Tamanho Família do ‘Legendários’, apresentado por Marcos Mion, da TV Record. O programa vai ao ar nesta sexta-feira (12) e a participação dos músicos da capital de Goiás é parte de uma homenagem ao Dia das Mães.

“Quando chegamos para a gravação, a produção chamou meus filhos para que eles fizerem algumas gravações separadamente. Na hora, nem percebi do que se tratava”, contou Éricka. Além da homenagem, ela e os filhos, Heitor e Helena, tocaram – a seis mãos – duas canções: o tema de “Missão Impossível” e “Por Una Cabeza”, de Carlos Gardel.

(Foto: Reprodução/TV Record)

Família Dó-Ré-Mi

A família, na verdade, já havia participado do “Legendários” em outra ocasião. Mas, antes de contar este episódio com o programa da TV Record, é preciso contar como eles chegaram até lá. Os três (mãe e filhos) já tocam junta há anos. “Helena ganhou seu primeiro prêmio quando ainda mamava na mamadeira, aos quatro anos de idade”, disse Éricka. Heitor, o mais velho, canta, toca bateria e piano e já se apresentou com a mãe em vários lugares do mundo.

“Quando ele tinha 9 anos, se apresentou no Carnegie Hall, em Nova York”, relembra a pianista. Só um adendo: esta sala de espetáculos da Grande Maçã é uma das mais famosas do mundo, onde já pisaram os maiores artistas da música clássica e popular. E foi com este concerto que a emissora paulista ficou sabendo da família Vilela e convidou o primogênito de Éricka para uma participação no quadro “Pequenos Notáveis”. Ah, sim: no mês que vem, a caçula, Helena, também estará neste quadro.

“All around the world”

Éricka coordena um projeto chamado Músicos Goianos pelo Mundo. Ela escolhe alunos de seu estúdio de música, que estão aptos e maduros, para tocarem peças em grandes teatros em diversas capitais do mundo. “O que acaba sendo uma grande viagem com família e amigos, pois eles acompanham os jovens pianistas”, pontuou.

As apresentações do projeto são compostas em duas partes. Na primeira, os jovens tomam o palco e, na segunda, é a vez de Éricka e alguns musicistas convidados. O projeto tem o apoio diplomático do Governo Federal e, inclusive, sua próxima viagem é em missão oficial à Rússia. Lá, tocarão no Palácio do Kremlin, onde fica a Presidência Russa, e no Palácio da Música de São Peterburgo.

O Músicos Goianos pelo Mundo existe desde 2012 e os jovens já executaram concertos em nove cidades do mundo: Viena, Salzburgo, Milão, Roma, Barcelona, Madri, Paris, Nova York e Tunis. Aliás, na capital da Tunísia, o convite veio do governo de lá, quando ouviram falar das apresentações do grupo em outros lugares do mundo.

Mas o esforço vem de casa

A seleção para participar destas apresentações ao redor do mundo acontece no estúdio de Éricka. Segundo ela, muitos são os jovens que querem estar nos concertos, mas eles precisam cumprir um programa de peças. “Fazemos um concursinho. Em uma data x, o aluno toca para uma banca, formada por mim e outros professores”, explicou a pianista.

“São várias audições, estudos e ensaios, inclusive nos fins de semana”, ressaltou. Para ela, boa parte do esforço vem dos pais dos jovens músicos. Eles devem ir à escola de música, incentivar os filhos e cobrar deles. “É uma maratona”, resumiu. “Muitas vezes, o aluno fala que não quer estudar, mas se ele não o fizer, não tiver disciplina, não tocará nos palcos do mundo. E os pais e mães devem mostrar isso a eles”, continuou.

“Meus filhos nasceram dentro de uma escola de música, sempre estudando. Helena só começou a participar do projeto quando tinha cinco anos e sempre quis ir. Com Heitor foi o mesmo”, contou. Mas, ela garantiu: foi firme com os dois e sempre ponderou que, para viajar, deveriam ter foco.

“Hoje as crianças estão perdendo muito tempo no celular. As nossas estão estudando piano, se preparando, com disciplina”, disse. “O sucesso depende muito de comprometimento, técnica e rotina. São conceitos que a música pede”, afirmou.

Só música clássica?

Éricka estuda piano desde bem jovem e tem gabarito suficiente para falar muito sobre o assunto. “A música clássica tem uma composição mais complexa, mas densa. Isso faz com que as peças não sejam esquecidas”, sublinhou.

Entretanto, ela e os filhos, algumas vezes, desviam das claves de dó de Mozart e tocam um pouco de MPB, um pouco de Rock e, quem sabe, um pouquinho de Pop. Ela, porém, não deixa de ser crítica quanto à música popular. “A maioria das faixas é feita para consumo rápido, com uns dois acordes, e logo é substituída por outra, porque senão ninguém aguenta”, pontuou.