ARTE

Professor da UFG tem obras incorporadas ao acervo da Pinacoteca de São Paulo

Professor diz que obras dialogam com a proposta da sala, que aborda representações históricas e contemporâneas de São Paulo

Professor da UFG tem obras incorporadas ao acervo da Pinacoteca de São Paulo
Pinacoteca (Foto: Reprodução/Jornal UFG)

O professor Glayson Arcanjo de Sampaio, da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal de Goiás (UFG), teve quatro obras incluídas no acervo da Pinacoteca de São Paulo, um dos principais museus de arte do país. Duas dessas obras estão em exibição na sala “São Paulo: contemplação suspensa”, localizada no segundo piso do museu.

As peças, monotipias sobre papel arroz, integram a série Fachadas das ocupações por moradias em São Paulo, desenvolvida durante a residência artística Phosphorus, realizada em 2014 na antiga Sé Galeria, no centro da capital paulista. Selecionado por meio de edital nacional, Glayson passou três meses observando o cotidiano urbano da cidade, com foco em edifícios, pessoas e espaços do centro histórico. Quatro trabalhos dessa residência foram adquiridos por um colecionador, que posteriormente os doou à Pinacoteca.

A exposição reúne artistas de diferentes períodos, como Tarsila do Amaral, Benedito Tobias, Arcangelo Ianelli, Rubens Mano, Márcia Xavier e Tuca Vieira, explorando distintas formas de representação da cidade ao longo do tempo.

De acordo com o professor, suas obras dialogam com a proposta da sala, que aborda representações históricas e contemporâneas de São Paulo. “Durante a residência, minhas caminhadas diárias pelo centro da cidade me permitiram observar detalhes arquitetônicos, sinais de ocupação popular, pichações e faixas de protesto que se sobrepõem à história dos edifícios”, afirma. As monotipias retratam dois prédios localizados na Praça da Sé e no Largo da Misericórdia, ambos de relevância histórica e social. Um deles é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp).

As obras tratam das transformações urbanas e do impacto da especulação imobiliária sobre as moradias populares. “Minhas monotipias são resultado direto da experiência urbana, mas também carregam observações sobre como políticas públicas, ações privadas e ocupações populares interagem no tecido urbano da cidade”, explica Glayson.

Sua produção artística está relacionada às pesquisas desenvolvidas na FAV e durante o doutorado na Unicamp (2013–2018). “O desenho me dá ancoragem, mas também abre espaço para saltos criativos que conectam a arte à pesquisa, à percepção urbana e à compreensão dos territórios”, diz o professor.

Para ele, ter obras no acervo da Pinacoteca representa um reconhecimento à sua trajetória. “É emocionante ver meu trabalho socializado em um dos museus mais importantes do Brasil. Esta visibilidade permite que minhas obras sejam vistas diariamente por um público amplo e diverso, o que reforça o valor do trabalho artístico e acadêmico que vem sendo realizado na FAV e na UFG”, declara.

Além de sua atuação como artista e pesquisador, Glayson coordena a Galeria da FAV desde 2018, que já realizou mais de 70 exposições desde a inauguração, em 2002. Também lidera o Ateliê VÃO, criado em 2025, voltado à produção artística e à troca entre estudantes, artistas e curadores, e o projeto Matizes da Terra, que une arte e ciência para promover exposições e oficinas sobre a importância ecológica e social do solo.

Paralelamente, o professor planeja uma exposição individual panorâmica em Goiânia, reunindo cerca de duas décadas de produção. O projeto pretende apresentar ao público sua trajetória e reflexões sobre território, urbanização e práticas artísticas contemporâneas.

O professor mantém outros projetos na unidade acadêmica, como a Galeria da FAV, coordenada por ele desde 2018, que já realizou mais de 70 exposições desde a inauguração, em 2002. Outro projeto é o Ateliê VÃO, inaugurado em maio deste ano, que funciona como espaço aberto de produção artística e que recebe visitas de estudantes, artistas e curadores. Já o projeto Matizes da Terra integra arte e ciência, promovendo exposições e oficinas sobre a importância ecológica e social do solo.

Em paralelo, Glayson planeja uma exposição individual panorâmica em Goiânia, reunindo quase duas décadas de produção artística. O projeto busca consolidar sua trajetória e compartilhar com o público o desenvolvimento de pesquisas e obras produzidas em diferentes períodos, refletindo sobre território, urbanização e práticas artísticas contemporâneas.

Com informações do Jornal UFG