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Quadrilha junina ‘Balancê do Cerrado’ vai representar Goiás em campeonato nacional

Grupo de Goianira venceu, pelo segundo ano consecutivo, o circuito estadual goiano

Quadrilha junina Balancê do Cerrado vai representar Goiás em campeonato nacional Grupo de Goianira venceu o circuito estadual goiano
Foto: Divulgação

A quadrilha junina Balancê do Cerrado, de Goianira, vai representar o estado de Goiás no campeonato nacional de quadrilhas, que será realizado em Canaã dos Carajás, no Pará. O grupo venceu, pelo segundo ano consecutivo, o circuito estadual goiano e agora se prepara para levar o “cheiro de pequi” para os palcos do Norte do país.

Lucas Lopes, um dos coreógrafos e membro da diretoria da Balancê, conta que ainda está se acostumando com o peso da vitória. “É uma loucura pra mim. Quando estou lá na quadra da escola, ensaiando com o grupo, nunca imagino que vamos tão longe. Quando a vitória vem, é sempre uma mistura de surpresa e satisfação. A gente pensa: ‘Tá, ganhamos… e agora?’ (risos)”, brinca.

Goiás no enredo

Com apresentações cada vez mais autorais, a Balancê tem apostado em temas com a cara do Cerrado. Em 2023, o grupo emocionou o público com uma homenagem à cantora Marília Mendonça, e neste ano arrancou risadas e aplausos ao colocar o pequi no centro da cena.

“O tema foi ‘É pra acabar com os pequi do Goiás!’. A ideia nasceu daquela expressão popular mesmo. A gente pensou: ‘E se o pequi acabasse?’. Criamos toda uma narrativa a partir disso. Foi um espetáculo divertido, com humor e, claro, muito cheiro de pequi!”, relembra Lucas.

Expectativa lá em cima

Para o campeonato nacional, a expectativa é alta. “Acreditamos que esse foi um dos nossos melhores anos, em todos os sentidos. Evoluímos muito enquanto espetáculo: coreografia, cenário, figurino, tudo. Estamos confiantes de que vamos fazer bonito lá no Pará”, afirma.

A viagem, no entanto, tem sido um desafio. Apesar de representar oficialmente o estado, a quadrilha não recebeu apoio estadual para o deslocamento e está bancando a ida com recursos próprios. “Abrimos uma vaquinha e estamos contando com a ajuda de todo mundo. A cultura resiste, e a gente vai lá com tudo!”, garante.

Muito além da dança

A Balancê do Cerrado também tem forte impacto social. Lucas entrou no grupo em 2017, num momento delicado da vida, e foi acolhido de forma transformadora. “A quadrilha virou uma família pra mim. E vejo isso acontecer com muita gente. Temos muitos jovens das periferias de Goianira participando. É um projeto de transformação real.”

Atuando como instituto de arte e cultura, o grupo se mantém por meio de leis de incentivo, rifas e eventos. “Tem muita raça, com certeza! Mas também tem muito trabalho sério. A gente acredita no que faz.”

“A cultura precisa ser valorizada o ano todo”

Mesmo com os desafios, a Balancê segue firme. “É muito gratificante e divertido dançar quadrilha, mas também é muito desafiador quando falta apoio. A cultura popular precisa ser valorizada o ano inteiro, não só em junho. Vamos com muita honra representar o nosso Goiás lá no Pará!”, finaliza Lucas.