Cinema

Roman Polanski não vai mais ser presidente do prêmio César

Ele desistiu do convite após pressão de movimentos feministas na França

O cineasta e foragido por crime de abuso sexual Roman Polanski decidiu desistir de ser presidente da edição deste ano do troféu César de cinema. Segundo o Deadline, a desistência veio depois da pressão exercida por grupos de mulheres e movimentos feministas franceses. Um abaixo-assinado iniciado na semana passada há havia conseguido 61 mil assinaturas para que Polanski não fosse ao César.

 

A Academia de Arte e Técnica, responsável pelo “Oscar francês”, não se manifestou até agora. Já em nota publicada pela FP, o advogado de Polanski chamou os protestos de “injustificados” e que as acusações “o deixaram muito triste e afetaram sua família”. Polanski fugiu dos EUA há exatos 40 anos após se envolver sexualmente com uma menina de 13 anos. Se ele um dia voltar a país, será preso no aeroporto.

 

Atualmente com 83 anos, a justiça americana até hoje tenta extraditar o diretor, sem sucesso, tendo seus pedidos recusados por cortes da França, da Polônia e da União Europeia. Mesmo assim, o diretor continuou produzindo filmes premiados como O Pianista. “Ele é responsável por violência sexual e segue sem punição, protegido por seu status de celebridade”, escreveu nas redes sociais a organização feminista Osez Le Feminisme, que capitaneou os protestos.

 

O caso dividiu a opinião entre aristas e intelectuais na França, mas alguns dos maiores nomes da indústria cultural francesa saíram em defesa do cineasta, como Alain Rocca, Aurélie Filippetti e Gilles Lelouche.