Taís Araújo revela frustração com trajetória de Raquel em ‘Vale Tudo’
Atriz ficou decepcionada com o rumo do roteiro do remake
A atriz Taís Araújo, 46, que interpreta Raquel no remake de Vale Tudo, manifestou insatisfação com os rumos da personagem na trama escrita por Manuela Dias, 48. Em entrevista à Quem, a atriz disse ter ficado frustrada ao perceber que a protagonista retornaria ao ponto de partida, vendendo sanduíches na praia, após toda a evolução apresentada na história.
“Quando peguei a Raquel para fazer, falei: ‘Cara, a narrativa dessa mulher é a cara do Brasil! Ela vai ter uma ascensão social a partir do trabalho. Vai ser linda, ela vai ascender e vai permanecer. Isso vai ser uma narrativa muito nova do que a gente vê sobre a representação da mulher negra na teledramaturgia brasileira’”, afirmou Taís.
A atriz destacou que tinha expectativas de que a trajetória de Raquel representasse uma ascensão contínua, oferecendo uma nova perspectiva sobre mulheres negras na televisão. “Também tinha a esperança disso e gostaria muito de vê-la assim. Como mulher negra, como artista negra, de ver uma outra narrativa sobre mulheres negras”, explicou.
Ao comentar o trecho do roteiro em que Raquel retorna a vender sanduíches na praia, Taís disse ter se surpreendido: “Confesso que recebi com um susto. Porque não era a trama original. Então, para mim, a Raquel ia numa curva ascendente. Quando vi aquilo, falei: ‘Ué, vai voltar para a praia, gente’. É urgente que a gente se veja nesse lugar. E acho que a Raquel tinha todas as possibilidades da gente contar essa nova narrativa dessa mulher. E quando li, pensei: Ai, meu Deus, não vai ter? Não, não vai ter. Tenho que lidar com a realidade que me cabe, que é a de uma intérprete de uma personagem que não é escrita por mim”.
Taís Araújo disse ainda compreender a decepção dos telespectadores com o roteiro: “Estou vendo tudo o que as pessoas estão falando, tá, gente? Vendo, escutando, lendo, entendendo. Me alinho para caramba com vocês nesse sentimento. Inclusive, às vezes de frustração. De querer um outro movimento. Gostaria muito mesmo que a batalha que ela tivesse, o conflito em si, fosse de outra ordem. Conflitos éticos com Odete (Roitman), por exemplo. E aí, quando não tem, a gente tem que lidar com o que tem. E o que tem é isso.”