Teias de aranha e cabras gigantes: as tradições de Natal mais inusitadas pelo mundo
Tem até sapato que revela o futuro e pessoas fantasiadas para assustar crianças malcomportadas
As inusitadas tradições de Natal pelo mundo mostram que a data vai muito além da ceia tradicional, da árvore decorada e do Papai Noel. Em mais de 160 países que celebram o Natal, inclusive em locais onde o cristianismo não é a religião predominante, costumes curiosos, simbólicos — e até excêntricos — fazem parte das festividades, revelando como a cultura local molda a forma de comemorar o fim do ano.
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Apesar de ser associado à união, à generosidade e à magia, o Natal também abriga rituais que podem parecer estranhos aos olhos de quem está acostumado apenas às tradições ocidentais. Em alguns lugares, há comidas improváveis, personagens assustadores e até objetos inusitados no centro da celebração.
Boneco “impróprio” no presépio
Na Catalunha, região da Espanha, os presépios natalinos escondem um personagem bastante curioso: o caganer, um boneco agachado em pleno ato fisiológico. Apesar de parecer provocação, a figura existe desde o século XVIII e simboliza fertilidade, prosperidade e boa colheita. Para as crianças, a tradição vira uma brincadeira: encontrar o boneco escondido entre as figuras do presépio.
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Um picles na árvore de Natal
Em regiões do centro-oeste dos Estados Unidos, famílias penduram um ornamento em forma de picles na árvore. Quem encontrar o enfeite primeiro ganha um presente extra ou sorte no próximo ano. Apesar de ser atribuída à imigração alemã, pesquisas indicam que a maioria dos alemães nunca ouviu falar desse costume.
Frango frito substitui a ceia tradicional
No Japão, onde o Natal não tem forte apelo religioso, uma campanha publicitária acabou criando uma tradição nacional: comer frango frito na noite natalina. Milhões de famílias encomendam o prato com antecedência, e restaurantes chegam a oferecer cardápios exclusivos para a data.
Natal celebrado em janeiro
Em países como Rússia e Ucrânia, o Natal é comemorado em 7 de janeiro, seguindo o calendário juliano. A diferença de 13 dias em relação ao calendário gregoriano explica por que a data não cai em 25 de dezembro nesses locais de forte tradição cristã ortodoxa.
Duendes que visitam crianças
Na Islândia, os chamados Yule Lads — figuras semelhantes a duendes — visitam as crianças nos dias que antecedem o Natal. Elas deixam sapatos na janela e recebem presentes ou pequenas surpresas, dependendo do comportamento ao longo do ano.
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A cabra que ninguém quer preservar
Na cidade de Gävle, na Suécia, uma cabra gigante feita de palha é montada todos os anos desde 1966. O curioso é que virou quase uma tradição informal tentar destruí-la. Apesar de cercas, vigilância e produtos antichamas, o símbolo natalino já foi queimado, sequestrado e até afogado diversas vezes.
Patins no lugar do carro
Na Venezuela, especialmente em Caracas, crianças e adolescentes costumam ir de patins para a missa na véspera de Natal. Ruas são fechadas, eventos são organizados e a tradição virou uma grande celebração urbana, herdada de costumes espanhóis.
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Mesa posta para quem já partiu
Em Portugal, a ceia da noite do dia 24, chamada de Consoada, carrega um significado especial. Em algumas regiões, a mesa permanece posta após a refeição, com lugares reservados simbolicamente para familiares falecidos, em sinal de respeito e memória.
Sapato que revela o futuro amoroso
Na República Tcheca, mulheres solteiras jogam um sapato por cima do ombro, de costas para a porta. Se ele cair apontando para fora, indica casamento próximo. Caso contrário, a solteirice deve durar mais um ano.
Pratos que desafiam o estômago
Enquanto alguns reclamam de ingredientes como jiló, em outros países as ceias natalinas incluem lagartas fritas (África do Sul), pele crua de baleia (Groenlândia) e cabeça de cordeiro assada (Noruega). Na Groenlândia, o prato típico é o kiviak, aves fermentadas por meses dentro de pele de foca.
Esculturas feitas de rabanete
Na cidade de Oaxaca, no México, o dia 23 de dezembro é marcado pela Noite dos Rabanetes, quando esculturas feitas com o vegetal são expostas ao público, muitas delas representando cenas natalinas.
Criaturas assustadoras pelas ruas
Na Áustria, a primeira semana de dezembro é dominada por pessoas fantasiadas de Krampus, uma criatura mitológica dos Alpes europeus, meio que um “anti-Papai Noel” demoníaco que pune crianças malcomportadas. Máscaras assustadoras tomam as ruas e fazem parte da tradição.
Tronco que “presenteia” crianças
Na Catalunha, além do caganer, existe o Caga Tió, um tronco com rosto e cobertor que é “alimentado” pelas crianças. Na véspera de Natal, elas batem no tronco com gravetos enquanto cantam, até que ele “libere” os presentes.
Máscaras e visitas inesperadas
Em regiões do Canadá, especialmente em Newfoundland e Labrador, pessoas mascaradas visitam casas de vizinhos. Os anfitriões só se livram do grupo ao adivinhar quem está por trás das fantasias, numa tradição chamada mummery.
Vassouras escondidas
Na Noruega, famílias escondem vassouras na noite de Natal para impedir que espíritos malignos as usem para voar pelos céus.
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Teias que dão sorte
Na Ucrânia, árvores de Natal são decoradas com teias de aranha artificiais, símbolo de prosperidade e boa sorte. A tradição também aparece em países como Polônia e Alemanha.