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Veja como usar a IA para planejar viagens e garantir voos mais baratos

Recurso pesquisa passagens aéreas com desconto a partir de pedidos em texto

Veja como usar a IA para planejar viagens e encontrar voos mais baratos Recurso pesquisa passagens aéreas com desconto
Imagem: FreePik

Se você quer aproveitar ferramentas modernas para planejar viagens e ainda garantir voos mais baratos, a nova solução de IA lançada pelo Google pode ser um ótimo ponto de partida. A tecnologia, apresentada globalmente na última semana, promete mapear passagens com desconto a partir de descrições simples feitas pelo próprio usuário.

A dinâmica é diferente das buscas tradicionais. Em vez de selecionar datas e destinos específicos, basta explicar o tipo de viagem desejada. Algo como: “Quero opções de voos em abril para algum destino do Nordeste, saindo do Rio de Janeiro e com duração de uma semana”. A partir desse comando, a ferramenta — chamada Ofertas de Voos — apresenta combinações que atendem ao perfil solicitado. No teste com esse exemplo, surgiram passagens para Porto Seguro por R$ 580 e para Natal por R$ 701, ambos com valores cerca de 47% abaixo da média.

O lançamento chega em um momento em que o setor de turismo já sente os impactos do uso crescente da inteligência artificial. Plataformas de reservas estão criando seus próprios sistemas, enquanto viajantes recorrem a IAs para definir datas, destinos e roteiros completos. Uma pesquisa global da Adyen mostra que 35% dos turistas já usam IA para pesquisar viagens; no Brasil, o índice sobe para 51%. Mas como aproveitar tudo isso de forma prática e segura? Testamos o novo recurso do Google e reunimos os pontos principais.

1. Como funciona a IA do Google para voos

Segundo o Google, a IA das Ofertas de Voos foi criada especialmente para quem tem flexibilidade no período da viagem e quer economizar. O recurso fica integrado ao Google Voos, que continua operando da forma tradicional — com buscas por datas e destinos específicos.

A novidade funciona em mais de 60 idiomas, incluindo o português. A IA interpreta nuances do pedido e cruza as informações com os dados atualizados do Google Voos, trazendo ofertas em tempo real de companhias aéreas e agências de viagem.

Ao acessar a ferramenta, o usuário precisa definir a cidade de saída. Logo abaixo, aparecem 30 ofertas que estão com valores abaixo da média pelos próximos seis meses. Para quem colocou origem no Rio de Janeiro, surgiram tanto destinos nacionais — como Belo Horizonte por R$ 290 em fevereiro — quanto internacionais, como Santa Cruz de La Sierra por R$ 1.397 em abril.

Ao clicar em qualquer oferta, o usuário é direcionado para a página normal do Google Voos, onde pode ver outras opções semelhantes e seguir para a compra no site da companhia ou da agência.

2. Testamos: vale usar a IA do Google Voos?

O diferencial da nova IA está na caixa de conversa. É ali que o usuário descreve sua necessidade e recebe sugestões personalizadas dentro dos critérios estabelecidos.

Quanto mais flexível o pedido, mais interessantes são os resultados. Em um teste pedindo “viagens nacionais ou internacionais em fevereiro, por menos de R$ 1 mil, com duração mínima de sete dias”, a IA encontrou opções ao menos 50% abaixo da média — como Porto Seguro por R$ 502 ou Montevidéu por R$ 917.

Em buscas mais específicas ou muito concorridas, a IA tende a ficar mais limitada. Para o pedido “opções mais baratas para passar o Ano-Novo, em viagem de quatro dias, priorizando destino de praia e chegada em 30 de dezembro”, ela sugeriu voos para Florianópolis (R$ 1,4 mil) e Salvador (R$ 1,8 mil), mas com poucas ofertas realmente abaixo da média — reflexo do período.

Em um dos resultados, apareceu até uma oferta para “Ilhabela” por R$ 503. Mas a cidade não possui aeroporto comercial: o voo, na verdade, era para Guarulhos, a cerca de 190 km de distância.

Apesar dessas inconsistências pontuais, a IA entregou indicações realistas e condizentes com os preços exibidos nos sites oficiais. É possível refinar o comando com filtros: voos sem escala, limite máximo de preço, datas ideais ou rotas específicas. Também dá para pedir sugestões por tempo de voo (“até 3 horas”) ou até buscas amplas, como “voos mais baratos para a Europa em 2026”.

3. Além dos voos: planejar viagens com IA é uma boa?

A popularização da IA também transformou a forma de organizar roteiros. ChatGPT, Gemini e Copilot se tornaram aliados frequentes de turistas que querem montar itinerários personalizados. Eles podem ajudar muito, mas é preciso cautela.

Modelos de inteligência artificial ainda cometem erros graves. Recentemente, a BBC relatou casos de viajantes que seguiram dicas de roteiros inexistentes — como trilhas inventadas no Peru ou até uma suposta “Torre Eiffel” em Pequim. Também não é recomendável confiar em chatbots para informações oficiais, como regras de visto ou horários de atrações. Nesses casos, sempre vale checar em fontes governamentais ou em sites oficiais.

Mesmo assim, com atenção, a IA pode economizar tempo e ajudar bastante no planejamento. Veja como aproveitar:

1. Agentes para pesquisar preços e pacotes

Na versão paga do ChatGPT, o modo agente busca passagens, hotéis, compara preços e traz resultados filtrados. Basta escrever o comando e clicar em “agente” para que a ferramenta faça a varredura.

2. Pesquisas profundas sobre destinos

A função Investigar é útil para quem quer informações mais detalhadas. Ela consulta várias fontes e ajuda a identificar tendências, atrações menos conhecidas e dados relevantes. Também é possível pedir para priorizar sites oficiais ou especializados.

3. Criação de roteiros personalizados

Com base no número de dias, tipo de viagem e orçamento, a IA monta rascunhos de roteiros que podem ser ajustados conforme sua necessidade. É uma forma prática de começar o planejamento e organizar prioridades.