SELEÇÃO

Brasil se recupera de começo ruim, vence França de virada no tie-break e segue invicto no Mundial de Vôlei

A seleção brasileira está na liderança do Grupo C do Mundial de Vôlei, com duas vitórias, em dois jogos

Seleção brasileira feminina de vôlei durante partida contra a França. Foto: Divulgação - FIVB

Por O Globo: Pouco mais de um mês após o último encontro, pela Liga das Nações, o Brasil mais uma venceu de virada a França no tie-break — desta vez, pelo Mundial de Vôlei, na Tailândia. A seleção começou mal e perdeu os dois primeiros sets, mas Zé Roberto Guimarães mexeu de maneira precisa, e a equipe se reencontrou técnica e psicologicamente para vencer por 3 sets a 2. As parciais foram de 21/25, 20/25, 25/15, 25/17 e 15/13 e a vitória brasileira foi bastante comemorada pela torcida tailandesa.

A França começou melhor na partida, liderada pela capitã Cazoute — com 20 pontos, foi a jogadora mais eficaz da partida, à frente da companheira Nnadiye e de Gabi, que anotaram 18 pontos, e de Julia Bergmann, com 16. A seleção brasileira acumulou erros, principalmente no saque e no ataque, e foi superada sem muito esforço pela França nos dois primeiros sets.

Na terceira parcial, no entanto, Zé Roberto fez mudanças acertadas. Principalmente com a entrada de Rosamaria no lugar de Kisy, apesar de a oposta estar fazendo boa partida. Mas a experiência de Rosa fez a diferença, e o Brasil conseguiu reorganizar a defesa — a líbero Marcelle teve atuação solida —, encaixar o bloqueio — foram 19 pontos, cinco de Gabi — e recalibrar o ataque.

Após a partida, Rosamaria contou que a seleção já esperava um jogo difícil, como aconteceu em julho pela VNL, mas o trabalho em equipe, em especial com as mudanças propostas pelo treinador, fez diferença para garantir a vitória. Foi a estreia da jogadora no Mundial, já que na primeira partida, contra a Grécia, ela não foi acionada e ficou no banco.

— É uma situação que acontece com todo mundo, e a gente trabalha como equipe para isso, sabe. Torcemos umas pelas outras e estamos prontas para, nos momentos de dificuldade, entrar e ajudar. E, graças a Deus, hoje deu certo. É difícil vir fria e entrar no ritmo do jogo, mas todo mundo me ajudou. Foi um ponto que a gente falou dentro de cada, precisamos de energia para virar esse jogo. Foi difícil até o final, mas conseguimos essa vitória — analisou.

Com cinco pontos, a seleção brasileira segue na liderança do Grupo C, com duas vitorias em dois jogos. Na estreia, a equipe venceu a Grécia com facilidade por 3 a 0, e na terça-feira, às 9h30, enfrenta Porto Rico para encerrar a participação na fase de grupos.

O jogo

O Brasil começou mal a partida. No primeiro set, oito dos 25 pontos da França foram cedidos pela seleção brasileira, que acumulou erros sucessivos. Seguras, as adversárias conseguiram explorar as fraquezas do time de Zé Roberto, especialmente no bloqueio e na defesa, e não tiveram muitas dificuldades para fechar a primeira parcial em 25 a 21.

Em meio a crise de opostas na seleção brasileira, Kisy foi titular pela primeira vez e mostrou boas credenciais. O Brasil jogou melhor no segundo set, em um duelo mais equilibrado, mas não foi suficiente para impedir o poderio da capitã francesa, Cazoute, que anotou 12 pontos nos dois primeiros sets. Mesmo com a diminuição dos erros brasileiros, as francesas conseguiram manter o ritmo e venceram por 25 a 20.

Com a desvantagem no placar, Zé Roberto mudou de estratégia. Ele arriscou tirando Kisy, que vinha bem, para a entrada de Rosamaria. Com Macris e Gabi liderando dentro de quadra, o treinador apostou na experiência das veteranas para manter a cabeça fria para buscar o resultado. E deu certo: Rosamaria ocupou todos os lugares da quadra e foi essencial para a reconstrução da defesa, Julia Kudiess brilhou quando foi acionada pelo meio, e Gabi recalibrou seu ataque e ajudou a equipe a finalmente encaixar o bloqueio.

Com confiança e autoridade, a seleção brasileira venceu o terceiro set por 25 a 15 e incendiou as arquibancadas da arena em Chiang Ma. A maioria dos mais de 3 mil torcedores vibrava muito pelo Brasil e o barulho foi aumentando cada vez mais, acompanhando a remontada da equipe liderada por Gabi.

A injeção de ânimo do terceiro set aliada ao incentivo da torcida ajudou a seleção a manter o momentum. O bloqueio foi o principal fundamento brasileiro nos sets vitoriosos, somando 17 pontos. Principalmente com Gabi, mas Kudiess, Bergmann e Diana ajudaram a fechar a passagem das francesas — as duas últimas garantiram o ponto que encerrou o quarto set com 25 a 18 para o Brasil e levou a partida para o tie-break.