Copa do Brasil

Derrota amplia crise no Flamengo e cresce turbulência para jogo de volta

Marcos Braz, vice-presidente de futebol, voltou a dar apoio a Sampaoli e bancou a permanência do treinador até a partida de volta

Pedro sendo marcado no Maracanã na final da Copa do Brasil 2023
Pedro sendo marcado no Maracanã na final da Copa do Brasil 2023 diante do São Paulo. Foto: Comunicação - Flamengo

O Flamengo repete o roteiro e a derrota para o São Paulo, neste domingo (17), amplia a crise com o jogo de volta da final da Copa do Brasil batendo à porta.

Sampaoli fez mudanças no time e apostou em uma formação com três atacantes. No entanto, o desempenho novamente não foi o esperado e o Flamengo pouco criou na partida.

Marcos Braz, vice-presidente de futebol, voltou a dar apoio a Sampaoli e bancou a permanência do treinador até a partida de volta.

Resultado negativo só coloca mais “lenha na fogueira”. O clima nos bastidores do clube já era tenso após a reunião que debateu mudanças internas na política rubro-negra.

VAIAS E MAIS VAIAS

O domingo de final no Maracanã se tornou um grande palco para as insatisfações da torcida do Flamengo. Foram diversos os momentos em que se puderam ouvir vaias e xingamentos.

Os protestos tiveram como principais alvos o presidente Rodolfo Landim e o vice-presidente de Futebol Marcos Braz. Até mesmo o anúncio da renda —de R$ 26.343.300,00, recorde no futebol brasileiro— foi vaiado.

As mexidas de Sampaoli, como a entrada de Cebolinha, foi outro estopim para o “uuuuh” das arquibancadas.

MARCOS BRAZ REAPARECE

O vice-presidente de futebol do Flamengo deu às caras após a derrota, mas manteve o discurso de aparições mais recentes. Ele afirmou não ser justo colocar os resultados negativos na “conta de A, B ou C” e demonstrou confiança em uma virada no Morumbi.

“Acho que o quadro a se avaliar é um pouco maior. Colocar na conta de A, B ou C não é justo, não procede, e domingo a gente vai para o Morumbi com a história do Flamengo, com a grandeza do Flamengo, para tentar reverter esse quadro”, disse.

AS DIFICULDADES DE SAMPAOLI

Sampaoli, que chegou à Gávea em abril, admitiu ainda encontrar obstáculos para implementar seu DNA à equipe do Flamengo.

O treinador chegou para ocupar a vaga deixada por Vítor Pereira, demitido após cair na semifinal do Mundial, e os vices na Supercopa do Brasil, na Recopa Sul-Americana e no Carioca. O momento em que desembarcou no rubro-negro pesa na avaliação do argentino.

“Até agora não aconteceu. Sigo trabalhando duro para que isso aconteça. Mas compartilho com você ou com torcedor que analisa que o que quero como time não aconteceu. Também porque existe uma luta cultural de um time que esteve jogando muito tempo de uma forma, e uma troca de forma também necessita de tempo. O tempo ainda não chegou e o time conseguiu jogar de maneira muito alternada. Seguiremos tentando”, disse.

EVERTON RIBEIRO PORTA-VOZ

Atualmente reserva no time de Sampaoli, Everton Ribeiro foi o único a dar entrevista na zona mista após a derrota. Alguns nomes do elenco, como Gabigol, se pronunciaram nas redes sociais.

POLÍTICA FERVE

A derrota para o São Paulo encerrou uma semana em que o Flamengo acumulou resultados negativos em campo —também foi derrotado pelo Athletico-PR, no Brasileiro, e ferveu na política.

Na última quinta-feira, uma reunião do Conselho Deliberativo foi suspensa após uma grande confusão. O encontro, que debateu emendas ao estatuto, tinha pontos polêmicos.

Um mandato de quatro anos foi debatido. Apesar de, inicialmente, valer a partir de 2025, havia o temor de alguns grupos políticos por manobras para que os efeitos fossem ainda na gestão Landim. A proposta foi rejeitada.

A emenda que causou o caos na reunião foi a que proibiria pessoas com cargos eletivos fora do clube a concorrer para presidente e vice gerais. Nos bastidores, ela ficou conhecida como “emenda Bandeira”, pois atingiria diretamente o ex-presidente do Flamengo, hoje deputado federal. Após discussão sobre o resultado, a sessão foi suspensa.