MERCADO DA BOLA

Entre gastadores e econômicos, primeira janela de transferências do ano termina com 170 reforços; veja números

No total, 170 jogadores foram regularizados pelos 20 clubes da Série A. Apesar de valor total ser alto, tendência foi a de buscar reforços gratuitos

Vitor Roque
Foto: Real Betis Balompié

(Por Agência O Globo)

Os 56 dias em que a janela de transferências do futebol brasileiro ficou aberta foram bem aproveitados pelas equipes. Levantamento do GLOBO mostra que 170 transferências foram realizadas pelos 20 clubes da Série A, de 3 de janeiro até ontem. No total, foram mais de R$ 3 bilhões gastos.

Um dos clubes que mais gastou foi o Palmeiras. A equipe desembolsou cerca de R$ 370 milhões só nos três principais reforços da temporada: Paulinho (que deixou o Atlético-MG), Facundo Torres (ex-Manchester City) e Vitor Roque, repatriado após um ano e meio sem oportunidades no Barcelona. A transação foi concluída ontem, no último dia da janela, e se tornou a maior da história do futebol brasileiro: 25,5 milhões de euros (cerca de R$ 154 milhões).

Com 20 anos completados ontem, o jogador integra a segunda faixa etária mais escolhida pelos clubes. Foram 58 reforços que têm de 19 a 24 anos, o que representa 34,3% do total. Eles ficam atrás apenas dos 66 jogadores de 25 a 29 anos (39%), mas fazem mais volumes que os atletas mais experientes. A faixa etária de 30 a 34 anos tem 38 jogadores, e só oito atletas com 35 anos ou mais entraram na conta.

Se, por um lado, há clubes esbanjando dinheiro, outros precisaram encontrar outras formas de se reforçar para o ano. A tendência é geral: a maior parte das transferências aconteceu sem que os times precisassem esvaziar os cofres. Foram 99 transações, entre aquisições de jogadores que estavam livres no mercado e empréstimos, contra 71 de compras de outras equipes.

Cinco times fizeram o número de negociações subir consideravelmente: Ceará, Mirassol, Sport, Juventude e Vitória— os três primeiros conquistaram o acesso para a Série A em 2024.Juntos, eles são responsáveis por 73 transferências, representando 43% da janela. E de maneira econômica, já que apenas 14 desses atletas foram adquiridos de outras equipes.

As contratações também foram diversas: no total, 90 clubes de 30 países (incluindo o Brasil) cederam jogadores de dez nacionalidades diferentes nesta janela.

Contratos mais longos são maioria

Mesmo com uma boa fatia da janela de transferência representando as negociações por empréstimo, as compras são a principal parte da lista, com 122 jogadores passando a pertencer, em definitivo, a outros clubes. Os novos contratos de trabalho revelam uma tendência que prioriza a longevidade: a média de tempo de vínculo é de três anos.

Só três jogadores — entre eles Neymar, que assinou com o Santos por seis meses — fizeram contratos de menos de uma temporada. E 19 atletas garantiram apenas o ano de 2025, o que representa 16,7% do total.

O grupo que engloba vínculos de dois a quatro anos é o maior: são 84 jogadores, responsáveis por 69,4% do todo. Embora a média seja de três anos, os vínculos que terminam em dezembro de 2026 prevaleceram, com 31 nomes nesta categoria. Apenas 16 atletas assinaram por cinco temporadas.