Goiano Lucas Cyborg conquista vice-campeonato mundial de parajiu-jitsu
Lucas Cyborg já garantiu sua vaga para o próximo Campeonato Mundial de Parajiu-jitsu, que será realizado em 2026, em Roma
Aos 16 anos, o atleta goiano Lucas Tavares, conhecido como Lucas Cyborg, já está entre os melhores do mundo. Destaque em Goiás e no cenário nacional, o jovem vem alcançando voos cada vez mais altos. Na última semana, em Bangkok, na Tailândia, ele conquistou a medalha de prata no Campeonato Mundial de Parajiu-jitsu, competição que reuniu os principais atletas da modalidade. Lucas ficou com o vice-campeonato na categoria A4, garantindo uma medalha inédita para o estado de Goiás.
No Mundial, a trajetória de Lucas não foi nada fácil. O goiano enfrentou atletas adultos durante as disputas. Na primeira luta, venceu um compatriota; na segunda, acabou superado por um lutador do México e ficou com o segundo lugar. Mesmo assim, o resultado trouxe enorme alegria para o atleta e sua família, além de garantir a vaga para o próximo Mundial, que será realizado em Roma, em 2026.
“A medalha de prata foi como se fosse o ouro. Eu como mãe foi muito emocionando. Ver ele com apenas de 2 anos de jiu-jitsu e ir no mundial, contra adultos, experientes, para a gente foi uma grande conquista”, afirmou Bárbara da Silva, mãe do atleta.
Lucas destacou as dificuldades de competir contra adversários mais velhos, mas garante que isso nunca o intimida. “É muito complicado, porque no parajiu-jitsu juvenil tem apenas eu aqui, o resto são crianças. Aqui em Goiânia luto com um cara que é adulto e mais pesado e é mais difícil, porque como eu tenho 16 anos, a diferença de força é grande. Mas eu não tenho medo de ir para cima, de lutar. O que tenho medo é de não fazer o meu potencial máximo”, explicou o jovem.

Esporte como superação na vida de Lucas Cyborg
Lucas Cyborg nasceu com uma má formação rara chamada hemimelia fibular, condição que fez com que uma de suas pernas fosse menor que a outra. Durante anos, passou por diversas cirurgias para tentar corrigir o problema. Entre idas e vindas ao hospital e períodos difíceis marcados pela depressão, o esporte surgiu como uma nova chance de recomeço.
“Ele teve curiosidade de conhecer o caratê. Mesmo usando uma órtese, começou a treinar e se apaixonou pelo esporte. O esporte acolheu o Lucas”, relembra a mãe.
Em 2023, veio a grande virada: Lucas decidiu amputar a perna. A decisão, que poderia representar um fim, marcou, na verdade, o início de uma nova fase. Dois meses após a cirurgia, ele conheceu o parajiu-jitsu; e, com apenas quatro meses de prática, tornou-se campeão brasileiro na etapa de Goiânia.
“Foi o esporte que tirou o Lucas da depressão, que o fez sair do quarto. O esporte transformou a vida dele. Ele sempre diz que a amputação não foi o fim, e sim o começo de uma nova vida”, reforçou Bárbara.
Sonhos e conquistas
Atualmente faixa azul, Lucas já soma títulos nacionais, pan-americanos e até um mundial em Abu Dhabi, conquistado no ano passado. Agora, ele quer continuar evoluindo e fazendo história na modalidade. O grande sonho do atleta é ver o parajiu-jitsu nas Olimpíadas e com isso ter a chance de se tornar campeão olímpico.
“A minha maior meta é ser o maior campeão mundial da categoria dos amputados. Eu preciso de mais 13 títulos e obviamente ser campeão olímpico, porque para mim será o auge de tudo”, finalizou o jovem goiano.