Único atleta goiano no Mundial de Parajiu-Jitsu, Lucas Cybor busca medalha em Bangkok
Competição acontece nos dia 1 a 7 de novembro, em Bangkok na Tailândia
Lucas Cybor vai levar o nome de Goiás para o cenário internacional. O atleta é o único representante do Estado goiano no Mundial de Parajiu-Jitsu, que será realizado em Bangkok, Tailândia, e se prepara para competir entre os melhores do mundo na modalidade.
A história de Lucas no esporte começou antes mesmo da amputação da perna direita, devido à hemimelia fibular, uma má-formação que impediu o desenvolvimento completo da perna. Inicialmente, praticava karatê, mas percebeu que precisava de um esporte que realmente se encaixasse na sua realidade. Foi então que encontrou o parajiu-jítsu, modalidade na qual se sentiu incluído e respeitado. Com apenas três meses de treino, já conquistava o Campeonato Brasileiro em Goiânia, e, apenas oito meses depois, sagrou-se campeão Pan-americano, abrindo caminho para disputas internacionais.
Leia mais: Representantes de Goiás são destaque em competição nacional de Jiu-jitsu para crianças
O ponto alto da trajetória de Lucas veio em Abu Dhabi, onde conquistou o título mundial mesmo enfrentando dificuldades financeiras e sem patrocínio. “Essa vitória mudou a minha vida. Minha preparação diária envolve treinos de quatro a cinco vezes por semana, além da academia, para manter o nível competitivo”, conta o atleta.

Em setembro de 2025, Lucas conquistou novamente o Pan-americano, garantindo índice para a pré-seletiva das Paraolimpíadas no parajiu-jítsu. Agora, como único representante goiano no Mundial de Bangkok, ele se dedica intensamente aos treinos e à captação de recursos para a viagem. “Ganhei as passagens, mas ainda precisamos de um pouco mais para completar tudo. Estamos até fazendo rifas, mas sei que vai dar certo. Estou pronto para representar meu estado e o Brasil da melhor forma possível”, afirma.
Mais do que conquistas, Lucas quer inspirar outras pessoas. “Quero mostrar que deficiência não é o fim, é o início de uma nova vida. O esporte transformou a minha vida, me tirou da depressão, e minha superação pode motivar outros atletas e pessoas com deficiência a acreditarem em si mesmos”, explica.
O sonho do atleta vai além de Bangkok: ser reconhecido como paratleta de parajiu-jítsu na categoria A4, continuar conquistando títulos internacionais e, um dia, alcançar a tão sonhada medalha paralímpica. Ele resume sua filosofia com uma mensagem clara:
“Esporte transforma vidas. Transformou a minha e vai transformar a sua. Nenhuma deficiência é capaz de te parar. Basta querer e acreditar. Ser o único atleta goiano no Mundial de Bangkok é uma honra enorme, e espero trazer essa medalha para representar muito bem meu estado e o Brasil. Deficiência não é o fim, é o começo.”