VÔLEI

Seleção masculina de vôlei sofre para vencer a China na estreia do Campeonato Mundial

A seleção brasileira de vôlei volta às quadras nesta segunda-feira (15/09), onde irá enfrentar a República Tcheca

Jogo entre Brasil e China no mundial de vôlei. Foto: Divulgação - FIVB

Por O Globo: A seleção brasileira masculina de vôlei sofreu para vencer uma surpreendente China, 26.ª no ranking da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), por 3 a 1 (19/25, 25/23, 25/22 e 25/21), pelo Grupo H, neste domingo, na estreia do Campeonato Mundial de Vôlei, nas Filipinas. Nesta segunda-feira, às 23 horas, o Brasil, terceiro do ranking, enfrenta a República Tcheca, em partida importantíssima para a definição para a fase seguinte.

Isso porque, a primeira rodada deste grupo, neste domingo, começou com uma zebra: a República Tcheca, 21ª colocada no ranking mundial, venceu a Sérvia (12ª) por 3 sets a 0 (25/22, 25/23 e 25/20). Com a derrota, a Sérvia já se complica na briga por uma vaga nas oitavas de final.

Assim, a República Tcheca está em primeiro no grupo, seguida pelo Brasil, Servia e China respectivamente. As duas melhores seleções avançarão para as oitavas de final.

O destaque deste domingo do Brasil foi o caçula Arthur Bento, que estreia em mundiais adulto. Ele foi o maior pontuador do Brasil com 17 pontos. Criado nas categorias de base do Minas Tênis Clube, Arthur Bento tem de 21 anos e 2,08 metros.

— Foi muito legal, os caras estão me ajudando muito e, em termos de equipe, fomos bem no jogo. Em alguns momentos o saque não funcionou mas também temos de dar mérito aos chineses que defenderam bem, pareciam bolas espíritas. Bate em um, bate em outro e acaba voltando. É bom estrear com vitória — comemorou Arthur Bento. —A mensagem que deixamos é que somos um time guerreiro e que superamos adversidades. Temos muita coisa para melhorar.

Filho da ex-jogadora Adriana Bento, ele começou sua carreira no vôlei canadense, aos nove anos. Disputou alguns torneios de praia e de quadra, ainda no ambiente escolar. Até que veio uma chance de treinar no Minas, em 2019. Arthur foi capitão da seleção Sub-21 e na próxima temporada defenderá o Modena, da Itália.

— Está todo mundo com sangue no olho. Treinamos em alto nível e não nos damos ao luxo de nos acomodar. Nos ajudamos o tempo inteiro. O time ainda está se descobrindo e se firmando. Sigo aprendendo diariamente e buscando evoluir — comentou Arthur Bento, ao GLOBO, antes da vitória contra a China sobre a disputa por posição.

No revezamento de ponteiros, promovido pelo técnico Bernardinho, ele começou a partida deste domingo ao lado de Lucarelli.

No primeiro set, a seleção teve erros importantes e não foi bem no bloqueio. O ponteiro Wang Bin se sobressaiu. No segundo set, a vitória foi brasileira, mas foi sofrida. Lucarelli e Arthur Bento foram essenciais para a reação brasileira, e a China empatou poucas vezes. A atuação no bloqueio também melhorou e os erros diminuíram, com boas bolas do levantador Cachopa. Nesses dois sets, o Brasil deu 20 pontos em erros para a China.

A terceira parcial foi mais tranquila para o Brasil. Judson e Alan cresceram no jogo e Darlan voltou bem. Ainda assim, a diferença no placar não foi tão grande, principalmente na reta final. A China encostou em 22 a 21. Mas o Brasil tinha lastro para fechar e conseguiu fazer 25 a 22. O último set voltou a ser disputado. O saque do Brasil deixou a desejar no início. A China mostrou poderio e velocidade e o ponteiro Lei Li fez estrago. O Brasil teve de correr atrás no placar, empatou em 10 a 10 e seguiu à frente no marcador. Honorato, que entrou no lugar de Arthur Bento, que sentiu câimbras, deu conta do recado.

O Brasil encerrou a partida com apenas 9 pontos de bloqueio e servindo o rival com 34 pontos em erros, a grande maioria de saque. Além de Arthur Bento, Judson se destacou com 14 pontos.

— Aquele nervosismo de estreia é normal, mas eles são muito qualificados. Nos complicamos no primeiro set mas soubemos colocar a cabeça no lugar e conseguimos a virada — falou Judson.

O Brasil é o atual medalhista de bronze do torneio. Na história, o país é tricampeão mundial, em seis finais disputadas. A Itália defende o título.