67% dos mortos no conflito em Gaza são mulheres e crianças
Sete mulheres são mortas a cada duas horas na região
Nesta semana o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para avaliar o impacto da violência em Gaza nos civis, especialmente mulheres e crianças. A organização estima que estes grupos correspondem a 67% dos cerca de 14 mil mortos desde 7 de outubro. A chefe da ONU Mulheres, Sima Bahous, explicou que elas foram diretamente afetadas pela escassez de assistência médica desde o aumento dos combates. Segundo a representante, sete mulheres são mortas a cada duas horas na região.
67% das vítimas são mulheres e crianças
Após o acordo de pausa humanitária de quatro dias, representantes da ONU afirmaram que a pausa é bem-vinda, mas as necessidades são crescentes.
A diretora-executiva da ONU Mulheres enfatizou um triste cenário: o número de civis mortos dobrou em relação aos últimos 15 anos.
Além das casas destruídas e milhares de deslocados, os feridos pela violência enfrentam falta de serviços de saúde. Cerca de 180 partos diários ocorrem em Gaza sem recursos básicos, como água, anestesia ou eletricidade para equipamentos médicos.
Antes do conflito recente, 650 mil mulheres e meninas precisavam de assistência humanitária. Agora, estima-se que sejam 1,1 milhão, incluindo quase 800 mil mulheres deslocadas internamente.
Pausas humanitárias não bastam, afirmou a diretora do Unicef, enfatizando que é urgente um cessar-fogo para interromper o “massacre” em Gaza.
Mais de 5,3 mil crianças palestinas foram mortas em 46 dias, representando mais de 115 por dia, segundo relatos.
A diretora do Unicef ressaltou que a Faixa de Gaza se tornou o lugar mais perigoso do mundo para crianças, com mais de 1,2 mil menores desaparecidos ou presos nos escombros.
O número de mortes na crise atual ultrapassou largamente os observados em escaladas anteriores, contrastando com um total de 1.653 crianças mortas em 17 anos até 2022.
Gestantes
A líder do Fundo de População da ONU, Unfpa, destacou a realidade delicada para as gestantes em Gaza. Segundo Natalia Kanem, mais de 7 mil mulheres deram à luz por lá nos últimos 47 dias. Com os ataques, muitas não tiveram acesso a apoio médico adequado.
Kanem diz que, com a superlotação e falta de água e saneamento nos abrigos, higiene menstrual e amamentação também se somam aos desafios encontrados pelas mulheres.
*Com informações da ONU