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A história do ‘Papai Noel’ serial killer que escondia os corpos das vítimas em vasos

Bruce McArthur matou oito membros da comunidade gay de Toronto

A história do Papai Noel serial killer que escondia os corpos das vítimas em vasos Bruce McArthur matou oito gay de Toronto
Foto: Reprodução

Para os frequentadores de um shopping em Toronto (Canadá), Bruce McArthur era apenas um homem fazendo um bico como Papai Noel na temporada natalina. A verdade era bem distinta: ele era um serial killer e viria ter uma grande lista de vítimas, todos gays. De 2010 a 2017, foram oito assassinatos.

O pai de dois filhos atacava o bairro gay de Toronto, onde se tornou frequentador assíduo depois de se divorciar de sua esposa no final dos anos 1990, e a maioria de suas vítimas eram do sul da Ásia ou do Oriente Médio.

Bruce, que também era paisagista, tinha um método: atraía as vítimas até a sua casa, as amarrava à cama e depois as estrangulava. Ele se livrou das provas desmembrando os corpos das vítimas e enterrando-os em vasos de plantas no jardim de um dos seus clientes. Com ele, entretanto, ficavam “lembranças” das suas vítimas: antes de se livrar dos cadáveres, ele simulava poses e tirava fotos, guardadas em um pen drive.

O “Papai Noel” tinha histórico de problemas envolvendo a comunidade gay, e a polícia de Toronto foi acusada de ignorar sinais de que um serial killer estivesse em ação. Em 2003, ele foi condenado a dois anos de liberdade condicional por atacar uma prostituta gay com uma barra de metal. Em 2013, Bruce McArthur chegou a ser interrogado pela polícia por causa do desaparecimento de duas de suas vítimas. Ele admitiu que conhecia Abdulbasir Faizi e Skandaraj Navaratnam, mas foi tratado como testemunha e não como suspeito.

Em 2016, um homem ligou para o 911 para relatar que Bruce havia tentado estrangulá-lo durante um encontro sexual, mas depois de prestar depoimento à polícia, McArthur nunca foi acusado.

Só em 2017, a polícia começou a descobrir os crimes de Bruce. Inicialmente, parecia que McArthur selecionou suas vítimas de uma forma que garantiria menos probabilidade de ser pego. Uma vítima, Krishna Kumar Kanagaratnam, teve seu asilo negado em Toronto depois de fugir do Sri Lanka, então seus amigos e familiares nunca relataram seu desaparecimento por medo de que ele pudesse se meter em problemas. Outro, Dean Lisowick, era um garoto de programa sem-teto que também nunca foi dado como desaparecido. E havia os que levavam vidas duplas como homens héteros e escondiam a sua sexualidade por causa da religião.

O padrão porém teve uma falha com a última vítima de Bruce, Andrew Kinsman, de 49 anos. Ao contrário dos outros, Andrew era branco e um membro proeminente da comunidade gay de Toronto. Ele desapareceu repentinamente em 26 de junho de 2017, apenas dois dias após as celebrações do Orgulho LGBT.

Ao investigar o desaparecimento de Andrew, a polícia prendeu Bruce usando duas evidências importantes. Enquanto observava imagens de CCTV capturadas perto da casa de Andrew, a polícia o viu entrar em um carro vermelho. Dentro da casa da vítima, descobriram que um calendário em que o dia do desaparecimento de Andrew estava marcado com o nome “Bruce“.

Agentes rastrearam o carro, que Bruce havia levado para um ferro-velho. Como ela ainda não havia sido destruído, a polícia conseguiu ligá-lo ao desaparecimento de Andrew quando encontraram vestígios de seu sangue dentro do veículo.

Mesmo assim, Bruce não foi preso, mas posto em vigilância. Um tempo depois, investigadores descobriram num disco rígido pertencente a ele 18 fotos do cadáver de Andrew na traseira do carro. Outras imagens mostravam o corpo de Selim Essen, outro homem do bairro gay de Toronto que também era dado como desaparecido.

Bruce só foi preso em janeiro de 2018, depois que ele trouxera um homem para seu apartamento. Quando os agentes entraram na residência, a vítima já estava amarrada à cama de Bruce. A polícia descobriu que Bruce tinha nove pastas no seu computador: oito para as vítimas já consumadas e uma para a que estava prestes a matar.

No momento de sua prisão, a polícia ainda não havia encontrado nenhum dos corpos da vítima, então obteve mandados de busca nas propriedades onde McArthur trabalhava regularmente como paisagista. Isso os levou à casa de Ron e Karen Fraser, que moravam perto do apartamento de McArthur e o contrataram como jardineiro. O casal não tinha ideia de que McArthur estava escondendo restos humanos em vasos decorativos do lado de fora da residência.

Bruce McArthur gostava de lembranças de seus crimes. Ele tirou uma foto de um corpo decapitado. Em outros casos, ele colocava charutos na boca das vítimas, colocando-as em um casaco de pele, fazendo-as posar”, disse o jornalista Mobeen Azhar, que explorou os crimes de McArthur em minissérie da BBC.

Em fevereiro de 2019, Bruce foi condenado à prisão perpétua sem direito a liberdade condicional por pelo menos 25 anos.

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