Açaí brasileiro entra na mira dos chineses: ‘é óbvio’
Embaixada da China publicou mensagens recentes dizendo que país está aberto para o açaí e outros produtos brasileiros
Em mensagens publicadas nas redes sociais, a embaixada da China disse que o país está de “portas abertas” para receber o açaí brasileiro. Esse e outros acenos para exportadores do Brasil acontecem na mesma semana em que o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, diretor do Escritório de Relações Internacionais do Partido Comunista da China, chanceler Wang Yi, encontraram-se para estreitar uma aliança comercial que ambos consideram estratégica.
“Churrasco na China? Sim, meus amigos!”, escreve em mensagem de mídia social, listando restaurantes de rodízio em Pequim, Xangai e Shenzhen. “A China está de portas abertas para os produtos brasileiros –e o comércio eletrônico é a ponte. Café? Própolis? Açaí em pó? É óbvio!”
Recentemente, os chineses divulgaram a habilitação de 183 empresas brasileiras de café e outras de carne – vale lembrar que os dois produtos estão submetidos à taxa de 50% que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deliberou sobre os produtos brasileiros.
Wang afirmou que “a China está disposta a trabalhar com o Brasil de modo a compensar as incertezas externas com a estabilidade e a complementaridade da cooperação bilateral”, o que é feito “sob a orientação estratégica do presidente Xi Jinping e do presidente Lula”.
Que “a China apoia firmemente o Brasil na defesa do seu direito ao desenvolvimento e na resistência à prática intimidatória de tarifas abusivas”, referência à taxação de produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Na versão do texto em inglês, o “bullying”.
Na versão em chinês, publicada no site do Ministério das Relações Exteriores, Wang é mais explícito em relação aos aspectos estratégicos. Na conversa, “apoiou firmemente o Brasil na defesa da soberania e da dignidade nacional e se opôs à interferência irracional nos assuntos internos”. Apoiou o país “na consolidação da solidariedade e da cooperação no Sul Global através do mecanismo Brics”.
Amorim, ao jornal, disse que ele e Wang falaram da “importância dos Brics e, sobretudo, do interesse de manter o contato em nível alto”, ou seja, o agendamento de uma conversa por telefone entre Lula e Xi, além daquela realizada na quinta entre o brasileiro e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.