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‘Alergia à gravidade’: doença rara faz jovem desmaiar até 10 vezes ao dia por não conseguir ficar em pé

Uma jovem de 28 anos que servia a marinha americana, ativa e que adorava esportes…

Lyndsi Johnson passa 23 horas na cama, levantando apenas para o banho. Doença rara faz jovem desmaiar por não conseguir ficar em pé
(Foto: Redes Sociais)

Uma jovem de 28 anos que servia a marinha americana, ativa e que adorava esportes radicais, precisou ser hospitalizada às pressas em razão de dezenas de desmaios diários que não as deixava em pé. Lyndsi Johnson descreve a enfermidade como “alergia à gravidade”. A ex-combatente não consegue ficar de pé por mais de três minutos sem desmaiar e depende do marido para fazer tarefas básicas.

Ela passa até 23 horas na cama todos os dias, levantando-se apenas para tomar banho, o que ela precisa fazer sentada. A jovem estima que em um dia normal, ela chega a desmaiar por até 10 vezes.

Depois de anos sendo consultada por dezenas de médicos, Johnson foi diagnosticada com síndrome de taquicardia postural (PoTs) no início deste ano. A doença consiste em um aumento anormal e rápido da frequência cardíaca desencadeado por ficar em pé ou sentado e pode causar tontura ou desmaio como resultado.

Quando nos levantamos, a gravidade naturalmente puxa um pouco do nosso sangue para a barriga, mãos e pés. Em pessoas sem a enfermidade, uma resposta corporal automática compensa essa mudança com um leve aumento na frequência cardíaca para manter o fluxo sanguíneo normal.

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Entretanto, quem sofre de PoTs, essa resposta não é acionada corretamente, e sua frequência cardíaca aumenta rapidamente em resposta à mudança repentina na pressão arterial, levando a náuseas, tonturas e até desmaios.

A condição é difícil de diagnosticar, mas estima-se que um em cada 100 britânicos e americanos vive com alguma forma da doença. As crises severas, como as sofridas pela ex-militar, são muito mais raras.

Entenda o caso

Lyndsi Johnson começou a sofrer de dores abdominais e nas costas em outubro de 2015, quando estava servindo no exterior. Três anos depois precisou ser afastada e recebeu alta da marinha dos EUA quando seus sintomas pioraram e os médicos não conseguiram encontrar a fonte de sua condição.

“Foi realmente assustador, porque meus desmaios começaram a aumentar seguidos de vômitos. Eu desmaiava em todos os lugares. Quando fazia compras no supermercado ou exercícios na academia, precisava me sentar porque me sentia fraca”, explica a garota.

Em fevereiro de 2020, um médico recomendou que ela fizesse um teste de inclinação especificamente para PoTS. O que envolve deitar-se em uma mesa especialmente projetada que gradualmente se inclina até que a pessoa esteja na posição vertical, enquanto os médicos medem sua frequência cardíaca.

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Ela agora está tomando betabloqueadores, uma droga que diminui a frequência cardíaca, e que ajudou a reduzir os desmaios de 10 por dia para três, além de ter diminuído as náuseas. Embora, ela afirme que, mesmo com a melhora, a doença teve um grande impacto em sua vida e bem-estar mental.

“O meu marido virou o meu cuidador. Não posso sair de casa e não tem cura para a minha doença. Nunca pensei que aos 28 anos teria que usar uma cadeira de banho. Mas sou muito agradecida pelo meu marido e por finalmente saber o que havia de errado comigo para que pudesse ser tratada”, diz.

Outros sintomas da PoTs incluem ‘névoa cerebral’, dores de cabeça, falta de sono e dores no peito. O motivo que desencadeia a condição é desconhecido, mas pode se desenvolver em pessoas na adolescência ou após uma doença grave, lesão traumática e gravidez.

Embora qualquer pessoa possa desenvolver PoTS, é diagnosticada principalmente em meninas e mulheres entre 15 e 50 anos de idade.

Não há cura para a PoTS, embora a condição possa ser gerenciada por mudanças no estilo de vida que influenciam a pressão arterial, como evitar cafeína e álcool e por meio de medicamentos. Em muitos casos, a condição desaparece sozinha.