Após ataque dos EUA, Irã volta a ameaçar fechar o Estreito de Hormuz
O Estreito de Hormuz é responsável pelo escoamento de cerca de 20% do petróleo do mundo

Diante da falta de alternativas militares imediatas, o Irã voltou a ameaçar, neste domingo (22), fechar o Estreito de Hormuz, rota estratégica para o comércio global de petróleo e gás. A declaração ocorre após os Estados Unidos realizarem, pela primeira vez em 46 anos de República Islâmica, um ataque direto ao território iraniano.
Segundo a mídia estatal iraniana, o Parlamento aprovou a medida de bloqueio do estreito. No entanto, ainda não há confirmação oficial por parte do Conselho Supremo de Segurança Nacional, órgão que reúne representantes militares e da liderança política e religiosa do país, responsável pela decisão final.
O Estreito de Hormuz é responsável pelo escoamento de cerca de 20% do petróleo e do gás liquefeito consumidos mundialmente, com o tráfego de óleo pelo mar chegando a quase 30%. No caso da Arábia Saudita, rival regional do Irã, aproximadamente 90% de sua produção petrolífera passa pelo local antes de seguir para o restante do mundo.
Com apenas 40 quilômetros em seu ponto mais estreito, a passagem entre o Irã e a Península Arábica é considerada um dos principais gargalos marítimos globais. Ao longo dos anos, Teerã investiu na militarização da região, com patrulhas equipadas com mísseis antinavio e um arsenal de minas navais prontas para serem usadas.
No momento, segundo sites de monitoramento marítimo, cerca de dez superpetroleiros cruzam a área. Países como Reino Unido e Grécia já haviam recomendado que suas embarcações evitassem a região desde a escalada de ataques entre Irã e Israel, na semana passada.
O deputado conservador Esmail Kosari declarou à imprensa local que o bloqueio será implementado “quando for necessário”. Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, afirmou que o Irã tem “uma variedade de opções” para responder ao ataque americano, que teve como alvo três instalações nucleares iranianas.
Washington, por sua vez, já alertou que qualquer ataque direto a forças americanas na região resultaria em uma resposta militar ainda mais ampla.
Com informações da Folha de S. Paulo
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