Revolucionária

Carreira de Brigitte Bardot foi marcada por quebra de tabus

Estilo de vida da atriz antecipou movimentos feministas

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A trajetória de Brigitte Bardot também registrou episódios de intensos conflitos pessoais | Foto: Divulgação

A ascensão de Brigitte Bardot nas décadas de 1950 e 1960 representou uma ruptura nos padrões de comportamento da época, a consolidando como uma das primeiras celebridades modernas. Ao viver relacionamentos e escolhas pessoais sob seus próprios termos, a atriz francesa desafiou a censura vigente, especialmente no mercado norte-americano, onde sua presença ajudou a popularizar o cinema estrangeiro. Seu estilo de vida independente e a forma franca como lidava com a própria imagem anteciparam movimentos de liberdade feminina que só ganhariam força total em décadas posteriores.

Ao longo de quase vinte anos de carreira, a estrela protagonizou mais de 40 produções, incluindo títulos fundamentais como “…E Deus Criou a Mulher” (1956) e “O Desprezo” (1963). Embora a própria artista fosse modesta sobre suas habilidades dramáticas, seu magnetismo garantiu sucessos de bilheteria e influenciou diretamente a cultura pop e a moda. Elementos de seu visual, como o cabelo loiro platinado propositalmente despojado e a preferência por roupas casuais, tornaram-se referências para gerações de modelos e atrizes, mantendo sua imagem contemporânea muito após o fim dos anos 60.

A trajetória de Bardot também registrou episódios de intensos conflitos pessoais sob o escrutínio da opinião pública. No auge da fama, em 1960, a atriz enfrentou uma grave crise emocional que culminou em uma tentativa de suicídio logo após concluir o drama “A Verdade”. Além disso, ela lidou com duras críticas por sua vida privada, como a decisão de não manter a guarda de seu filho. Essas experiências com a pressão da mídia foram levadas para a ficção no filme “Vida Privada” (1962), obra que espelhava sua realidade como uma estrela cercada pela imprensa.

A decisão de abandonar definitivamente os sets de filmagem ocorreu em 1973, quando Bardot tinha 39 anos. A partir desse momento, ela redirecionou sua influência global para a proteção animal, fundando uma organização dedicada ao bem-estar das espécies. Ao justificar a mudança radical, a artista declarou que, após dedicar sua juventude e beleza aos homens, passaria a oferecer sua experiência e sabedoria aos animais. Em 1987, ela chegou a leiloar bens pessoais para financiar sua fundação, consolidando sua transição de musa das telas para ativista integral.

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