Cientistas dizem ter descoberto uma nova cor, mas só há uma forma vê-la; entenda
"Olo" é descrita como um azul-esverdeado jamais visto antes

Uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, afirma ter feito uma descoberta: uma nova cor chamada “olo”, descrita como um azul-esverdeado jamais visto antes. Mas só há uma forma de vê-la — com a ajuda de um sistema a laser que estimula a retina de forma extremamente precisa. A novidade foi apresentada em um estudo publicado na revista científica Science Advances.
Durante os experimentos, pulsos de laser foram disparados diretamente nos olhos dos participantes, ativando células específicas da retina. Com isso, o cérebro foi levado a perceber uma tonalidade completamente diferente das já conhecidas, ultrapassando os limites da percepção visual natural. Além dos pesquisadores, outras cinco pessoas conseguiram enxergar o olo e descreveram a cor como algo próximo de um turquesa, semelhante ao tom 333U da Pantone.
A técnica, chamada de Oz, é um protótipo que “hackeia” o olho humano ao estimular cones fotossensíveis, criando combinações de cores que não existem no mundo físico. “O mais interessante não é a cor em si, mas o fato de podermos criá-la dentro da mente humana”, afirmou o professor Ren Ng, um dos autores do estudo. Segundo ele, isso pode abrir caminhos para novos tratamentos de visão e até ajudar pessoas com daltonismo a ver cores que nunca experimentaram antes.
Apesar da empolgação, nem todo mundo está convencido. Alguns especialistas questionam se realmente é possível falar em uma nova cor, já que ela só pode ser vista em ambientes altamente controlados. Para esses críticos, a novidade pode ser apenas uma interpretação cerebral induzida.
Mesmo assim, os autores da pesquisa seguem confiantes no potencial da descoberta. Segundo James Fong, coautor do estudo, o objetivo é alcançar um controle programável sobre os fotorreceptores da retina. “Estamos apenas no começo, mas mostramos que é possível criar experiências visuais completamente novas”, disse.
Para quem ficou curioso: não adianta procurar essa cor por aí. Olo só aparece com o uso da tecnologia de ponta usada no estudo. Mas se depender dos cientistas, pode ser que um dia ela esteja ao alcance de todos — nem que seja só na mente.
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