Conclave começa hoje; conheça os cardeais favoritos para suceder ao Papa
'Um pastor próximo da vida real das pessoas. Ele deve estar presente, próximo e capaz de ser uma ponte e um guia”, informou a ata da reunião dos cardeais sobre o próximo Pontífice

Com 133 cardeais representando 71 países, o conclave que começa nesta quarta-feira será o mais internacional da História. Apesar do caráter sigiloso do processo e da discrição dos eleitores, especialistas em Vaticano e casas de apostas apontam os nomes mais cotados para o próximo pontificado. “Um pastor próximo da vida real das pessoas. Ele deve estar presente, próximo e capaz de ser uma ponte e um guia”, informou a ata da reunião dos cardeais da última segunda-feira sobre o próximo Papa.
O Polymarket, uma das principais plataformas de apostas e previsões do mundo, apontou o cardeal italiano Pietro Parolin como o favorito para suceder Francisco. Às 13h30 da última segunda-feira, o Polymarket apontava 30% de chance de Parolin ser o próximo Papa; 19% para o filipino Luis Antonio Tagle; 11% para o italiano Matteo Zuppi; 9% para o também italiano Pierbattista Pizzaballa e 8% para o ganês Peter Turkson.
- Conclave: acompanhe ao vivo a escolha do novo papa
Nos últimos 12 anos, o Papa Francisco nomeou 80% dos 133 cardeais aptos a votarem neste conclave. Esse movimento, embora não garanta, aumenta a possibilidade de que a próxima liderança papal irá compartilhar da visão de uma Igreja mais progressista e inclusiva. No entanto, há um consenso de que ele não será um revolucionário como Jorge Bergoglio, que propôs um pontificado de reformas, voltado para os pobres e as periferias do mundo, e que enfrentou resistência dentro da Igreja.
Os cardeais favoritos para suceder ao Papa Francisco:
Cardeal Pietro Parolin – Itália
Secretário de Estado do Vaticano desde 2013, Pietro Parolin é uma das figuras mais influentes da Santa Sé. Nomeado cardeal por Francisco, é visto como um diplomata habilidoso, com passagens por negociações delicadas envolvendo China, Oriente Médio e Vietnã. Parolin também esteve no Brasil em 2024, quando se reuniu com o presidente Lula.
Cardeal Luis Antonio Tagle – Filipinas
Cardeal desde 2012, Tagle é conhecido por seu forte engajamento social e habilidade de comunicação. Ex-presidente da Caritas Internacional, o arcebispo de Manila é um dos nomes mais citados como herdeiro do legado de Francisco, mesmo tendo sido nomeado por Bento XVI.
Cardeal Matteo Zuppi – Itália
Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é visto como progressista e próximo ao Papa Francisco. Ele tem se destacado por missões diplomáticas, como o envio à Ucrânia, além do diálogo com populações marginalizadas e com a comunidade LGBTQIA+.
Cardeal Pierbattista Pizzaballa – Itália
Patriarca Latino de Jerusalém, Pizzaballa atua no coração das tensões religiosas do Oriente Médio. É respeitado pelo trabalho de mediação entre judeus, muçulmanos e cristãos e por sua postura equilibrada no conflito em Gaza. Foi nomeado cardeal em 2023.
Cardeal Peter Turkson – Gana
Arcebispo emérito de Gana, Turkson pode se tornar o primeiro Papa negro em mais de mil anos. Com forte atuação em temas como justiça social, mudanças climáticas e economia, ele é visto como um nome que manteria a linha reformista do atual pontificado.
Cardeal Jean-Marc Aveline – França
Arcebispo de Marselha, Aveline é apontado por analistas franceses como o favorito do Papa Francisco. Nascido na Argélia e defensor das causas migratórias, foi nomeado cardeal em 2022 e é considerado o mais alinhado ao pensamento do Pontífice entre os bispos franceses.
Cardeal Péter Erdo – Hungria
Com perfil conservador, Erdo é arcebispo de Esztergom-Budapeste e já presidiu a Conferência Episcopal Europeia. É respeitado pelo trabalho de diálogo com igrejas ortodoxas e comunidades judaicas, além de ter forte formação acadêmica.
Cardeal José Tolentino de Mendonça – Portugal
Intelectual, teólogo e poeta, Tolentino é prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. Nomeado cardeal em 2019, representa o braço mais progressista da Igreja e tem forte afinidade com o Papa Francisco. É o único português entre os cotados.
Cardeal Mario Grech – Malta
Secretário-geral do Sínodo dos Bispos desde 2020, Grech é uma figura central no processo de escuta e reforma promovido pelo Papa. Com doutorado em direito canônico, tem destaque por sua atuação pastoral e por incentivar o diálogo dentro da Igreja.
Cardeal Robert Francis Prevost – EUA
Prefeito do Dicastério para os Bispos desde 2023, Prevost tem papel essencial nas nomeações episcopais ao redor do mundo. Norte-americano, é religioso agostiniano e atuou como bispo no Peru antes de ser chamado para o Vaticano.
Cardeal Wilton Gregory – EUA
Primeiro cardeal afro-americano da história dos EUA, Gregory é arcebispo de Washington D.C. desde 2020. Tem postura firme contra abusos sexuais na Igreja e é defensor de pautas sociais, como igualdade racial e combate às mudanças climáticas.
Cardeal Blase Cupich – EUA
Arcebispo de Chicago desde 2014, Cupich foi nomeado cardeal por Francisco e tem perfil pastoral e progressista. Defende uma Igreja mais inclusiva e sensível às necessidades dos marginalizados, o que o alinha com o atual pontificado.
Cardeal Fridolin Ambongo Besungu – República Democrática do Congo
Um dos cardeais favoritos para suceder ao Papa, o arcebispo de Kinshasa desde 2018, Besungu é reconhecido por sua luta em defesa da paz e da justiça social na África. Nomeado cardeal em 2019, é uma das vozes mais ativas da Igreja no continente africano.
Cardeal Leonardo Ulrich Steiner – Brasil
Primeiro cardeal da Amazônia brasileira, Steiner é arcebispo de Manaus e representa o compromisso da Igreja com os povos da floresta. Ligado à Ordem dos Frades Menores, é uma figura importante no debate ambiental e social dentro da Igreja Católica.
Cardeal Sérgio da Rocha – Brasil
Com forte trajetória acadêmica e pastoral, Dom Sérgio é arcebispo de Salvador e membro do Conselho de Cardeais. Já liderou arquidioceses em Teresina e Brasília e tem experiência em temas como Teologia Moral e estrutura da Cúria Romana.
- Arcebispo de Goiânia acredita que conclave terá ‘marcas’ de papa Francisco