Dezoito são presos em ato contra violência policial em Paris
Ministro do Interior prometeu nesta quarta-feira punição por qualquer falha cometida pela polícia, incluindo 'expressões racistas'

Dezoito pessoas foram detidas em Paris na terça-feira durante uma manifestação não autorizada contra a violência policial, que terminou em confronto, disse a prefeitura da polícia à AFP nesta quarta-feira. Convocado pelo comitê de apoio à família de Adama Traoré, um negro de 24 anos que morreu em 2016 após ser preso, o protesto reuniu cerca de 20 mil pessoas na capital francesa, embora tenha sido proibido pela polícia devido às restrições impostas pelo coronavírus, como concentrações de mais de 10 pessoas, e também devido ao risco de “brigas”
A convocação para a manifestação, que se repetiu em outras cidades da França, como Lille, Lyon e Marselha, coincidiu com o movimento de protestos nos Estados Unidos após a morte de George Floyd, em Minneapolis. O homem negro, que fora detido por suspeita de tentar passar uma nota falsa para comprar cigarros, foi morto asfixiado por um policial branco, que permaneceu vários minutos com o joelho sobre o seu pescoço.
Vídeos nas redes sociais mostraram a repressão policial aos manifestantes, com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha sendo lançadas para dispersar a multidão. De acordo com o jornal Le Figaro, depois de duas horas de manifestação pacífica, os confrontos começaram quando alguns participantes lançaram morteiros contra os agentes. Os manifestantes correram também para o anel viário de Paris, erguendo barricadas embaixo do viaduto e ateando fogo nelas.
Riot cops in #Paris starting to fire tear gas at nonviolent #GeorgeFloyd protestors: pic.twitter.com/AKQ7C8X5y5
— MK-Ultra News (@mkultranews) June 2, 2020
Para acalmar as coisas, o ministro do Interior Christophe Castaner prometeu uma “sanção” nesta quarta-feira por qualquer “falha” cometida pela polícia, incluindo “expressões racistas”.
— Sobre esse assunto, sou intransigente — declarou Castaner perante o Senado.
A porta-voz do governo, Sibeth Ndiaye, por sua vez, pediu “calma” e garantiu que “não há violência estatal instituída” na França.